Niamey - A junta militar que tomou o poder no Níger, na semana passada, recusou a Victoria Nuland, vice-secretária de Estado dos EUA, reunir-se com o presidente Mohamed Bazoum, que está retido no seu domicílio, junto da mulher e filhos, pelas forças golpistas, segundo a agência Reuters.
"Foram bastante firmes sobre como querem proceder, e não é em apoio à Constituição do Níger”, disse Victoria Nuland aos jornalistas.
Após uma reunião de cerca de duas horas com representantes da junta militar, as conversações foram, disse, "extremamente francas e às vezes bastante difíceis".
Se a democracia "não foi restaurada" no país, alertou Nuland, os Estados Unidos ver-se-ão obrigados a cortar apoios a um dos seus aliados no continente africano.
A reunião contou com a presença do general Moussa Salaou Barmou, um oficial militar com formação dos próprios EUA, bem como de três outros coronéis envolvidos no golpe de Estado, que se deu há cerca de duas semanas.
O líder do movimento que deteve o presidente democraticamente eleito, Abdourahamane Tchiani, não marcou presença.
O golpe de Estado no Níger foi conduzido em 26 de Julho pelo auto-denominado Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CLSP) que anunciou a destituição do Presidente, a suspensão das instituições, o encerramento das fronteiras (que foram posteriormente reabertas) e um recolher obrigatório nocturno até nova ordem.
O Níger tornou-se assim o quarto país da África Ocidental a ser liderado por uma junta militar, depois do Mali, da Guiné-Conakry e do Burkina Faso, que também tiveram golpes de Estado entre 2020 e 2022. GAR