Niamei - O exército do Níger matou na semana passada "cerca de trinta terroristas" do grupo extremista islâmico Boko Haram e prendeu 960 pessoas, incluindo mulheres e crianças, que tinham fugido da vizinha Nigéria, anunciaram fontes oficiais nigerinas.
Um reconhecimento aéreo militar observou a 7 de Março "um movimento massivo de pessoas" ao longo do rio Komadougou Yobe - que estabelece a fronteira entre o Níger e a Nigéria - em direcção ao Lago Tchad, anunciou o canal estatal de televisão Télé Sahel na terça-feira à noite.
Imagens aéreas de colunas de pessoas caminhando pelo mato ou nadando através de um rio foram captadas pelo canal de televisão e transmitidas na quarta-feira nos portais na internet do Ministério da Defesa e da Presidência nigerina.
Segundo a reportagem, as pessoas filmadas eram membros de Boko Haram, provenientes da floresta de Sambissa, no nordeste da Nigéria, e dirigiam-se para as ilhas nigerinas no Lago Chade para escapar aos combates entre o Boko Haram e os seus rivais extremistas islâmicos do grupo Estado islâmico na África Ocidental (ISWAP).
"Foi lançada uma operação" e "cerca de 30 terroristas foram neutralizados", antes de "o inimigo poder alcançar o Lago Chade", anunciou a Télé Sahel.
Antes de lançar o ataque em 11 de Março pelas 06h00 locais (05h00 TMG), o exército tinha tentado "sem sucesso" "negociar uma rendição sem derramamento de sangue" através de enviados lançamento de panfletos.
As 960 pessoas, "na sua maioria mulheres e crianças", foram detidas entre 7 e 11 de Março e transferidas para Diffa, a principal cidade do sudeste do Níger, onde foram entregues às autoridades militares nigerinas locais, informou a televisão estatal.
"Um grande número de membros de Boko Haram em fuga da floresta de Sambissa foram interceptados na semana passada por militares (nigerinos) na fronteira nigeriana e foram depois entregues às autoridades da Nigéria", confirmou um funcionário público em Toumour, uma vila nigerina próxima da pequena cidade de Bosso, junto às margens do Lago Chade, em declarações à AFP.
Um outro funcionário público informou que "muitos" outros "continuam a marcha" em direcção às ilhas do Lago Chade "especialmente grupos de mulheres e crianças em condições deploráveis".
A bacia do Lago Tchad, que estende as suas margens entre a Nigéria, Níger, Camarões e Tchad, é uma vasta extensão de água e pântanos, onde os grupos armados extremistas islâmicos Boko Haram e ISWAP bases escondidas nas inúmeras ilhas aí existentes.
O Níger, a Nigéria, o Tchad e os Camarões criaram a Força Multinacional Mista (MMF) com 8.500 efectivos em Julho de 2015 para combater os grupos armados extremistas islâmicos. JM