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Namíbia exporta 22 elefantes para os Emirados e viola normas

     África              
  • Luanda • Terça, 08 Março de 2022 | 18h58
Tráfico de espécies da fauna e flora selvagem põe elefantes sob risco
Tráfico de espécies da fauna e flora selvagem põe elefantes sob risco
Divulgação

Windhoek - A Namíbia vai exportar 22 elefantes capturados em estado selvagem para os Emirados Árabes Unidos, o que viola as normas internacionais sobre conservação de espécies ameaçadas, acusou hoje a Fundação Franz Weber (FFW).

A transação foi confirmada no dia 06 de Março pelo Ministério do Ambiente, Silvicultura e Turismo da Namíbia (MEFT), segundo a televisão pública namibiana NBC.

Os elefantes, provenientes da área do Kunene (noroeste do país), foram leiloados para evitar os crescentes "conflitos" provocados pela interação entre humanos e animais selvagens na zona, explicou o ministério.

Foram vendidos ao maior apostador, um criador de gado namibiano, G.H. Odendaal, que posteriormente os vendeu aos Emirados Árabes Unidos.

O mais provável destino dos elefantes será o zoológico de Al Ain, denunciou hoje a fundação dedicada a preservar o legado do ecologista suíço Franz Weber, o que contraria as normas da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Silvestres (CITES).

"A declaração do MEFT confirma mais de um ano de especulação de que a Namíbia tinha tido sempre a intenção de exportar os seus elefantes para fora de África, como fez recentemente para Cuba e para o México", disse a organização, em comunicado.

No entanto, explica, "a Namíbia só pode exportar elefantes vivos para programas de conservação 'in situ' (ou seja, dentro da área de distribuição natural da espécie em África), segundo os termos da inclusão da sua população de elefantes na CITES".

A FFW considera falsa a justificação da venda dos elefantes como forma de travar os "casos de conflito entre o homem e a fauna", uma vez que os animais foram "capturados na zona agrícola comercial de Kamanjab, que não está muito povoada por comunidades rurais".

"É uma zona, segundo um relatório de 2021, que faz parte da região árida de Kunene, no noroeste da Namíbia, onde o número de elefantes é perigosamente baixo. Isto deve-se principalmente aos anos de seca e a circunstâncias induzidas pelo homem, como a caça de troféus, a perseguição e a invasão do habitat natural para atividades agrícolas", disse a fundação.

O anúncio da Namíbia ocorre em vésperas do arranque da 74ª reunião do Comité Permanente da CITES em Lyon (sudeste de França), que examinará, a 09 de Março, a legalidade da interpretação da Namíbia no que respeita às exportações de elefantes vivos, disse a FFW.





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