Kigali – O Rwanda anunciou sexta-feira, 09, o envio de mil militares em Moçambique para apoiar as autoridades daquele país no combate ao jihadismo que actua na província do Cabo Ledo (Nordeste).
"O governo do Rwanda, a pedido de Moçambique, começou, sexta-feira, a desdobrar um contingente de mil soldados e agentes da Polícia", disse o governo num comunicado a que a AFP teve acesso.
De acordo com o documento, o contingente ruandês vai colaborar com as Forças Armadas moçambicanas e da SADC " nos sectores as responsabilidades acima.
Até recentemente, o Presidente Moçambicano, Filipe Nyusi, que já foi ministro da Defesa, mostrava-se reticente a qualquer ajuda militar estrangeira, insistindo sobre a soberania do seu país, independente desde 1975.
O Rwanda é um dos maiores fornecedores de tropas da ONU na República Centro-Africana (Minusca) e, em 2020, enviou forças suplementares naquele país da África central, para apoiar o Presidente Faustin-Archange Touadéra, contra uma coligação de rebeldes liderada pelo antigo Presidente François Bozize.
A 23 de Junho último, os 16 países membros da SADC aprovaram o envio de tropas a Moçambique para ajudar a combater a rebelião ligado ao Estado Islâmico, que ameaça a estabilidade na rebelião apoiada pelo estado islâmico (IS).
A 25 de JUnho, no seu discurso em alusao a quadragésimo sexto aniversário da independencia de Moçambique, Nyusi disse as tropas da SADC estarão sob as ordens das forças de defesa e segurança de Maputo.
Conhecidos localmente sob o nome de Al-Shabab ("os jovens" em árabe), os insurgentes semeiam o terror desde 2017 naquela província fronteiriça com a Tanzânia, rica em gás natural, provocando a fuga de 800 mil pessoas e paralisando um projecto de gás de 20 mil milhões de dólares liderado pela Total, um gigante francês de do petróleo.