Nações Unidas - O Conselho de Segurança da ONU renovou hoje (28) por um ano a missão política da organização na Líbia, país que enfrenta uma grave crise política desde a derrocada do governo de Muammar Kadhafi em 2011.
Após a demissão em Novembro de 2021 do eslovaco Jan Kubis, que ocupava o cargo de enviado da ONU no país, a missão política da ONU (UNSMIL, na sigla em inglês) só havia sido renovada por períodos de alguns meses, com a Rússia a exigir um novo enviado antes de uma renovação mais longa.
Contudo, o cargo ficou vago por muito tempo, após o Conselho - cuja aprovação é necessária - rejeitar várias propostas do secretário-geral da ONU, António Guterres.
No início de Setembro, foi finalmente alcançado um acordo para a nomeação do senegalês Abdoulaye Bathily, que assumiu o cargo em Trípoli em meados de Outubro.
Na sequência, o Conselho de Segurança, concordou hoje, por unanimidade, estender o mandato de UNSMIL até 31 de Outubro de 2023.
A resolução pede que "todas as partes líbias e outras partes interessadas colaborem construtivamente (com Abdoulaye Bathily) para o cumprimento da sua missão".
A missão mantém as suas principais funções inalteradas, incluindo promover o processo político de transição no país, consolidar as suas instituições, manter um cessar-fogo e monitorizar violações de direitos humanos.
A ONU está actualmente a procurar um acordo entre as principais facções líbias para realizar eleições presidenciais e parlamentares.
Actualmente, dois Governos disputam o poder no país: um está sediado em Trípoli (oeste) e é liderado por Abdelhamid Dbeibah desde o início de 2021 com o reconhecimento da comunidade internacional; o outro foi eleito em Fevereiro passado pelo Parlamento, com Fathi Bachagha à frente, apoiado pelo marechal Khalifa Haftar, homem forte do leste líbio.