Dacar - A marinha senegalesa encontrou na sua costa três embarcações precárias com um total de 408 migrantes, elevando para mais de 8.500 o número de pessoas resgatadas este ano pelas suas unidades, anunciou hoje a marinha do país africano.
"O navio-patrulha Walo interceptou, no dia 11 de Novembro de 2023, três embarcações que transportavam 408 pessoas que tentavam imigrar, de forma irregular", anunciou hoje a Marinha através da rede social X (antigo Twitter).
A Autoridade Marítima avançou que "mais de 8.500 migrantes foram resgatados por unidades da Marinha nacional durante o ano em curso".
Embora a Marinha não tenha detalhado para onde se dirigiam as embarcações, o Senegal é um país de trânsito e de origem de migrantes que estão a chegar irregularmente às Ilhas Canárias espanholas, no Oceano Atlântico.
A chegada de migrantes ao arquipélago através da rota atlântica reativada na semana passada ultrapassou a registada em todo o ano de 2006, quando ocorreu a chamada crise de barcaças, com 31.678 pessoas a chegarem às ilhas, em comparação com 31.686 até agora.
Este fenómeno bateu um recorde mensal em Outubro, com quase 15.000 pessoas resgatadas, segundo dados oficiais divulgados no início de Novembro.
A rota migratória entre a costa africana e as ilhas espanholas é considerada uma das mais perigosas do mundo, com uma taxa de mortalidade nos últimos anos de uma vítima por cada vinte sobreviventes, o dobro da registada no Mar Mediterrâneo.
A chegada maciça de migrantes tem sobrecarregado os serviços de receção da ilha, com muitos a serem transferidos para Espanha continental, onde há planos para criar espaços como quartéis militares desactivados para os receber.
O Ministro do Interior espanhol em exercício, Fernando Grande-Marlaska, visitou o Senegal, país vizinho da Guiné-Bissau, em 30 de Outubro para coordenar com as autoridades senegalesas a intensificação da luta contra as redes de tráfico de migrantes.
Também esta semana, o Presidente senegalês, Macky Sall, pediu ao Governo do seu país que implementasse "medidas de emergência" para lidar com o aumento das partidas de migrantes, sem dar mais pormenores.CS