Adis Abeba – A comissária da União Africana para a agricultura, Josefa Sacko, disse sexta-feira, em Adis Abeba (Etiópia), que 26 milhões de pessoas vivem de insegurança alimentar aguda no Nordeste africano, o que vem aumentar assim a instabilidade social no continente.
A diplomata que falava na sede da UA, em Adis Abeba, numa mesa redonda ministerial sobre segurança alimentar, nutricional e resiliente para o corno de África, que engloba a Etiópia, Quénia, Somália e Sudão do Sul, frisou que a UA procura soluções douradoras para a crise descrita pelo actual momento de catástrofe.
“A região testemunhou quatro épocas de chuvas consecutivas abaixo da média desde finais de 2020 e uma quinta está em via de extinção, tornando a actual seca a pior dos últimos anos”, frisou, lamentando a morte de mulheres e crianças nesta região.
Pelo facto, a embaixadora mostrou-se preocupada pela insegurança alimentar considerada de severa, referindo que, para fazer fase a situação foi mobilizado apoio estratégico e recursos para aumentar as soluções humanitárias e de segurança alimentar de longo prazo.
De acordo com Josefa Sacko, responsável pelo pelouro da agricultura, desenvolvimento rural, economia azul e ambiente sustentável, um programa inovador de segurança alimentar e resiliência nutricional para está região foi concebido com o objectivo de reforçar a resiliência dos quatro países, nomeadamente Etiópia, Quénia, Somália e Sudão do Sul, os mais atingidos pelas crises e que tem causando um pesado tributo humanitário, incluindo fome, desnutrição e doenças.
"A Federação Internacional da Cruz vermelha, reconheceu a catástrofe humanitária que se desenrola no Nordeste africano e comprometeu-se em apoiar iniciativas continentais e regionais para mitigar a insegurança alimentar induzida pela seca cíclica", frisou a comissária .
Deste modo, a implementação do programa que será feita em colaboração com a IGAD, o BAD e a FAO, como parceiros principais, vai se aproveitar a sinergia e a complementaridade central do programa compreensivo de desenvolvimento da agricultura (CAADP), bem como alinhar com as peculiaridades estratégias e políticas dos quatro países que vai procurar também tirar dividendos oferecidos pelo quadro dos Acordos de Comércio Livre Continental Africano (ACFTA).
Fez saber que este encontro serviu também para traçar as prioridades dos países ao longo das três grandes acções, nomeadamente apoio aos meios de subsistência e água, sustentabilidade ambiental e saúde e nutrição da comunidade.
Observou que a UA vai contar com a capacidade de coordenação e de implementação dos parceiros, tendo os conhecimentos sobre as prioridades identificadas e os requisitos para a sua concretização, “globalmente, forneceu orientações para melhorar a estratégia do programa, tirando partido das suas vastas experiências”, ressaltou.
O encontro contou com a presença do Ministro das Finanças da República Federal Democrática da Etiópia, Ahmed Shide, da subsecretária geral da Federação Internacional da Cruz Vermelha, Nena Stoiljikovic, bem com dos ministros da Agricultura do Quénia, Somália e do Sudão do Sul.