Nairobi - A comissária da União Africana (UA), Josefa Correia Sacko, disse hoje, em Nairobi, que a adopção de uma abordagem da economia circular em África vai ajudar a resolver as crises ambientais, pela transformação das cadeias de valor inteiras para o apoio ao crescimento e desenvolvimento económico inclusivo e sustentável do continente.
A diplomata angolana, que falava à margem da 6ª Assembleia do Programa das Nações Unidas para o Ambiente, PNUA, em alusão ao dia africano do ambiente, a assinalar-se no domingo (3 de Março), sublinhou que a data tem por objectivo sensibilizar para os desafios ambientais que o continente enfrenta, nomeadamente poluição atmosférica, perda de biodiversidade e alterações climáticas.
“Fizemos progressos constantes em África na implementação da Agenda 2063. No entanto, temos de reconhecer que as nossas práticas actuais de consumo e produção representam, em muitos casos, um claro desafio para a agenda da sustentabilidade”, destacou.
Reconheceu que a luta contra a tripla crise planetária exige um compromisso e uma acção conjunta dos governos, das empresas e da sociedade civil para promover mudanças.
Desta feita, assegurou que a Comissão da UA está a fazer progressos na formulação e implementação de políticas continentais para enfrentar as três crises planetárias e desenvolveu um plano de acção continental para a economia circular (2024-2034) com o apoio técnico e financeiro da União Europeia.
A estratégia da economia circular continental, recentemente aprovada pela Cimeira da UA, pretende facilitar a transição de África para um modelo sustentável que inclui uma acção para a biodiversidade.
O Dia do Ambiente africano é dedicado a Wangari Maathai, uma líder visionária e ambientalista laureada com o Prémio Nobel da Paz. Dedicou a sua vida a promover a conservação do ambiente, o desenvolvimento sustentável e os direitos das mulheres.
“Ao comemorarmos este dia, reflictamos também o dia de Wangari Maathai sobre o seu legado duradouro e as lições que nos transmitiu, recordamos a importância da gestão ambiental, da capacitação da comunidade e do poder dos indivíduos para efectuar mudanças positivas no mundo”, adiantou.
Através do seu trabalho pioneiro com o “Green Belt Movement” , Wangari Maathai capacitou as comunidades para plantarem árvores, proteger o ambiente e defender a justiça social.
“Os seus esforços incansáveis não só transformaram a paisagem do Quénia, como também inspiraram um movimento global para a sustentabilidade ambiental”, disse.
O Dia Africano do Ambiente foi designado em 2002, pelo Conselho de Ministros da Organização da Unidade Africana na sua reunião em Durban, África do Sul, com base no reconhecimento dos numerosos desafios ambientais que o continente enfrenta, tais como a perda da diversidade biológica, as alterações climáticas, a desertificação, o aumento da poluição e a eliminação insegura de resíduos e produtos químicos. JM