Malabo - Dois candidatos vão defrontar em 20 de Novembro na Guiné Equatorial o Presidente Teodoro Obiang que se candidata a um sexto mandato após mais de 43 anos na liderança deste país da África central, anunciou hoje a televisão estatal.
Reeleito em 2016 com mais de 93,7% dos votos, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, que dirige o pequeno país com mão de ferro, detém aos 80 anos o recorde mundial de longevidade no poder para um chefe de Estado vivo, à excepção das monarquias.
A Guiné Equatorial, rica em hidrocarbonetos, é um dos Estados mais fechados e autoritários do mundo.
A Comissão Eleitoral Nacional (CEN) encerrou na sexta-feira o prazo das candidaturas para as eleições presidenciais, legislativas, senatoriais e municipais, previstas para o mesmo dia, 20 de Novembro, e proclamou oficialmente os candidatos admitidos, indicou a televisão estatal TVGE, citada no domingo pelas agências internacionais.
Para além de Obiang que se apresenta pelo Partido Democrático da Guiné Equatorial (PDGE), partido único até 1991 nesta antiga colónia espanhola, a lista de candidatos presidenciais conta com os nomes de Andrès Esono Ondo e de Buenaventura Monsuy Asumu.
Andrès Esono Ondo, que concorre pela primeira vez, será o candidato da Convergência para a democracia social (CPDS), o único partido da oposição que não está ilegalizado.
Já Buenaventura Monsuy Asumu, do partido da coligação social-democrata (PCSD), até agora aliado do PDGE nos escrutínios legislativos e municipais, concorre pela terceira vez.
O PGDE detém 99 dos 100 lugares da Assembleia Nacional cessante e a totalidade dos 55 assentos do Senado.
Há várias semanas que as forças de segurança estão envolvidas numa campanha de detenções de opositores, após o governo denunciar uma "conspiração" da oposição, cujos dirigentes vivem em larga maioria no exílio, e que previa "atentados" contra "postos de abastecimento de gasolina, embaixadas ocidentais e residências de ministros".
Após a de 150 militantes do ilegalidade Cidadãos pela inovação (CI), incluindo o seu líder Gabriel Nse Obiang Obon, e de activistas dos direitos humanos como Anacleto Micha Ndong Nlang e Leôncio Prisco Eko Mba - um músico conhecido como "Adjoguening".
A Rede de defensores dos direitos humanos na África central (REDHAC), sediada nos Camarões, denunciou em comunicado "uma vaga de repressão destinada a silenciar a população (...) com a aproximação das eleições".
A Guiné Equatorial é membro de pleno direito da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) desde 2014.