Cartum - As conversações previstas sobre a guerra civil no Sudão terão início quarta-feira sem a presença de representantes do Conselho de Transição Soberana (CST, governo reconhecido), segundo anúncio do mediador americano divulgado hoje em Cartum pela imprensa.
Na véspera, a CST avisou que não participará nas conversações, sediadas na cidade costeira saudita de Jeddah, devido a divergências sobre a agenda do conclave, em particular a presença de todo o gabinete e a ajuda humanitária, que os Estados Unidos querem limitar-se a tópicos militares.
“Continuaremos com esta conferência, isso é claro para todas as partes”, disse o enviado especial dos EUA para o Sudão, Tom Perriello, que não conseguiu convencer a CST a participar no conclave, a repórteres na Suíça na segunda-feira.
Enquanto isso, as forças da CST, do General Abdel Fattah al Burhan, lutam com os seus rivais da milícia Forças de Apoio Rápido (RSF, inglês), do General Mohamed Hamdan Dagalo, pelo controlo de Al Fasher, capital do estado de Darfur Norte.
Desde o início da guerra civil entre a CST e a RSF, em Abril do ano passado, cerca de 15 mil pessoas morreram e várias outras ficaram feridas.
Por seu lado, a Organização Internacional para as Migrações declarou a crise dos refugiados sudaneses como o maior número de deslocamentos forçados da história, com quase 11 milhões de pessoas refugiando-se da violência em território sudanês ou em países vizinhos. JM