Pretória - A polícia sul-africana destacou reforços para a província do Cabo Oriental onde comércio, empresas e escolas estão a ser alvo de ataques de grupos armados exigindo "taxas de protecção", anunciou hoje o governo sul-africano.
O ministro da Polícia, Senzo Mchunu, considerou "grave" a situação de insegurança, sublinhando que o comércio em geral, postos de combustível, talhos, e até escolas tornaram-se "alvos de extorsão" por parte de grupos armados.
"É criminoso, e não se limita ao Cabo Oriental e ao Cabo Ocidental, também [na província de] KwaZulu-Natal (KZN) e outros locais", salientou hoje em entrevista à Talk Radio 702, em Joanesburgo, o governante sul-africano.
O governante sul-africano, que visitou recentemente a província do Cabo Oriental, avançou que "há alegações de envolvimento de alguns agentes da polícia", incluindo de "políticos", nas acções das redes criminosas de grupos armados.
O ministro da Polícia da África do Sul considerou tratar-se de "um desenvolvimento bastante chocante", salientando que "estamos confrontados com uma situação que é feia, uma situação que é criminosa, uma situação que está a afectar muitas pessoas", salientou.
O governante informou que a polícia está a investigar o fenómeno "para identificar todos os envolvidos, desde os líderes aos operacionais no terreno".
Nesse sentido, Mchunu indicou que o governo destacou "equipas multidisciplinares para prevenir, combater, investigar e prender os envolvidos na violência e extorsão perpetrada por grupos armados", sem avançar detalhes.
As autoridades sul-africanas encerraram esta semana no município de Mthatha, na província sul-africana do Cabo Oriental, sudeste do país, pelo menos quatros escolas - incluindo um estabelecimento de ensino para alunos deficientes, cegos e surdos -, após terem sido alvo de grupos armados exigindo "taxas de protecção".
A África do Sul tem uma das taxas de criminalidade mais elevadas do mundo, com mais de quatro mil raptos no último trimestre do ano passado, e quase 84 homicídios cometidos todos os dias entre Outubro e Dezembro de 2023, segundo dados oficiais.
Dos 4.577 casos de rapto reportados pela polícia no período em análise, pelo menos 18 casos foram por extorsão, segundo as autoridades sul-africanas. JM