Lilongwe - O Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC) disse hoje (2) que está a trabalhar com o Governo do Malawi para tentar controlar o surto de cólera que desde Março provocou 1.162 mortos.
"Estamos no terreno no Malawi a apoiar o Governo para controlar esta epidemia de cólera", disse o director interino do África CDC, Ahmed Ogwell, na conferência de imprensa semanal daquele organismo.
O responsável acrescentou que o África CDC está "a observar de muito perto o ressurgimento de casos, apesar de terem instituídas medidas de controlo", admitindo que o Malawi e outros países com surtos de cólera, como o Quénia, Moçambique e a Zâmbia, estão a ter dificuldades no acesso às vacinas contra a doença.
O África CDC está a trabalhar com a Aliança Global de Vacinas e Imunização (GAVI, na sigla em inglês) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) para "torná-la disponível o mais rapidamente possível", disse o director em exercício, sublinhando que a vacina "não é a única ferramenta" para combater a doença.
De acordo com os últimos dados divulgados pelo Ministério da Saúde do Malawi na quarta-feira, o surto, que afecta 29 distritos do país, resultou em 35.500 casos, incluindo 1.162 mortes, com uma taxa de mortalidade de 3,27%.
A cólera é uma doença diarreica aguda causada pela ingestão de alimentos ou água contaminada com o bacilo “vibrio cholerae”.
Segundo a OMS, a cólera continua a ser "uma ameaça global para a saúde pública e um indicador de desigualdade e de falta de desenvolvimento".