Adis Abeba ( Etiópia) - A capital da Etiópia, Adis Abeba, acolhe a 10 deste mês a conferência de alto nível sobre segurança alimentar e nutrição, com foco na estratégia de mobilizar maior investimento afim de congregar o compromisso institucional e político, as necessidades actuais e de longo prazo.
A cimeira vai servir de plataforma de defesa para acelerar os compromissos de implementação de políticas globais e regionais, incluindo a dos quadros estratégicos, como o programa abrangente de desenvolvimento da agricultura em África (CAADP), particularmente a “Declaração de Malabo” sobre nutrição e objectivos de prioridades da Agenda 2063 sobre produtividade e produção agrícola.
Na agenda consta a apresentação dos planos de resposta implementados por várias instituições para mitigar o impacto da crise alimentar e avaliar a conveniência de outras medidas adicionais, como a preparação de balanços alimentares e sistemas de alerta precoce da fome nos Estados Membros e Comunidades Económicas.
O diálogo de alto nível permitirá também para o fortalecimento do impulso para os especialistas aproveitarem a posição comum de África sobre os sistemas alimentares para aumentar a consciencialização, gerar consenso sobre uma visão compartilhada e galvanizar acções individuais e colectivas cruciais, tais como o alinhamento de políticas e aumento de investimentos, para construir sustentabilidade.
Estimativas colhidas do relatório da situação de segurança alimentar e nutricional no Mundo e no sexto global anual sobre crises alimentares mostram que a fome crónica afectou no continente 278 milhões de pessoas, em 2021, que corresponde a 20% da população, em comparação com apenas 10% globalmente e um aumento de 50 milhões de pessoas desde 2019.
A prevalência deste fenómeno é alta em quase todos os países de África que sofrem o “fardo da desnutrição”, principalmente na forma de desnutrição e deficiências de micronutrientes.
A exemplo, no corno de África, mais de 50 milhões de pessoas sofrem de insegurança alimentar, representando 22% dos afectados em 2020, com cerca de 10 milhões de crianças menores de 5 anos sofrendo de desnutrição.
Esta cimeira, que vai contar com a participação das Agências da UA e parceiros de desenvolvimento, Programa Mundial de Alimentação da Nações Unidas ( PAM), AUDA-NEPAD, IFRC, ARC, UE, AGRA e Federação dos Agricultores Africanos, para além do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), bem como a Cruz Vermelha Internacional (CVI), se baseará nas duas sessões anteriores para explorar possíveis soluções.