Ondjiva - O chefe do Departamento Provincial do Turismo no Cunene, Custódio Mwanefulange, defendeu a necessidade de mais investimentos na promoção e divulgação do património cultural, visando alavancar as potencialidades da região.
Em declarações à ANGOP, na última sexta-feira, o responsável disse que a província dispõe de um vasto mosaico cultural, locais históricos e potencialidades ecoturísticas capazes de atrair turistas.
Fez saber que a província conta com 35 guias turísticos formados, mas que a sua prestação ainda está aquém da expectativa, pois muitos deles não desenvolvem de forma efectiva a actividade.
Para tal, fundamenta a necessidade de trabalhar mais na divulgação destes aspectos, de modo a atrair turistas nacionais e internacionais.
Disse que a dinâmica actual do Executivo é alavancar o turismo, por constituir a indústria da paz e diversificação da economia, a exemplo de países como Cabo Verde, Marrocos e Portugal, onde boa parte das suas receitas orçamentais provém do turismo.
No Cunene, realçou que o sector enfrenta ainda dificuldades naquilo que tem a ver com a exploração efectiva das potencialidades turísticas, devido a inexistência de um roteiro turístico e as más condições das vias de acesso.
“A ausência de infra-estruturas de apoio como pequenos restaurantes, hospedarias e as vias de acesso, muitas das vezes limita o turismo, facto que chama atenção para um maior investimento empresarial no ramo”sustentou.
Particularizou as quedas do Ruacaná como uma área muito explorada por turistas namibianos e sul-africanos que efectuam o trajecto no território da Namíbia, para atingir a localidade que encontra-se no município do Curoca, não apenas pela proximidade, mas devido ao bom estado das estradas.
A par das potencialidades ecoturísticas disse que a província dispõe de uma diversidade cultural invejável, devido a diversidade e composição étnica linguística dos povos desta região.
Precisou a revitalização das características culturais de povos pré bantus nomeadamente os vátuas que habitam exclusivamente no município do Curoca, e os koisans grupos nómadas que preservam as culturas ancestrais.
A par destes, temos vários grupos da etnia mushimbas, mundimabas, mungambwe entre outros que mantém salvaguarda os hábitos e costumes, constituindo num incentivo e interesse de atracção turística.
Outrossim, sublinhou que a história da resistência à ocupação colonial e sul-africana registada na província, constitui um segmento do turismo de guerra.
Argumentou que os partícipes e descendentes destes conflitos, historiadores e acadêmicos nacionais e estrangeiros precisam investigar mais para saber da história.
Para que isso aconteça, sustentou ser necessário que se efectue um processo estruturado com a preservação de alguns marcos, como o escombro do ex-comissariado do governo, a missão católica de Okafima e da Mupa, que precisam ser conservados para servir de fonte histórica.
Anualmente salientou que vários turistas que participaram destes conflitos vindo da África do sul e da Namíbia, que visitam estes sítios, a fim de reviverem a história o que contribui bastante na promoção e divulgação da história das novas gerações.
Custódio Mwanefulange advogou a necessidade de articulação de dados para melhor auferir o número de turistas que visitam a província, pois que, actualmente regista-se a falta de sincronização entre o sector do turismo, agentes hoteleiro, SME e administrações municipais que não reportam a informação ao gabinete.
Cunene possui entre os locais de interesse turístico natural como as Cataratas de Ruacana, Quedas do Monte Negro, Parque da Mupa, a Cova do Leão, o Maior Embondeiro de África, Vau do Pembe, Chana do Mufilo, Cacimbas da Môngua.FI/LHE/OHA