Luanda - A venda do pescado no mercado da Mabunda, distrito da Samba, município de Luanda, continua a ser feita fora do recinto comercial, atropelando às recomendações do Ministério da Saúde sobre as medidas de prevenção contra a propagação da Covid-19.
Caracterizada pelo estado higiénico precário, o acesso ao recinto é feito sem qualquer fiscalização em termos de cumprimento das medidas de biossegurança, tais como a medição da temperatura, lavagem das mãos ou mesmo o uso obrigatório das máscaras.
Apesar de o Ministério da Saúde ter informado há anos que as águas do mar daquele local encontravam-se contaminadas com o vibrião colérico, transmissor da cólera, e desaconselhado o consumo do pescado daquela circunscrição, as vendedoras de peixe persistem em permanecer no local e coabitam com os focos de lixo, quer urbano como os das vísceras acumuladas pelos escamadores.
Em Abril de 2020, as instalações comerciais beneficiaram de obras de ampliação, permitindo um maior distanciamento social, situação que hoje não se verifica, quer a nível dos vendedores assim como dos clientes.
As mais de 400 bancadas de alvenarias utilizadas no acto da inauguração, encontram-se totalmente vazias e foram transformadas em “camas” para albergar os serviçais e trabalhadores ocasionais, em períodos de pausas de trabalho.
O administrador adjunto do mercado da Mabunda, Mateus André, que integra a nova administração nomeada há menos de três dias, disse à ANGOP que o cumprimento das regras de biossegurança e a implementação de um novo programa de higiene no local são as prioridades da nova gestão.
Explica que em função da pandemia da Covid-19, as bancadas voltarão a ser distanciadas umas das outras, num espaço de cerca de metro e meio, conforme recomendações do Ministério da Saúde.
Está, igualmente, previsto a implementação, a partir da próxima semana, de condições para lavagem das mãos ou desinfestação com álcool-gel, assim como realizar campanhas de sensibilização para a retorna da venda no interior do mercado.
O mercado, inaugurado a 23 de Novembro de 2017, tem capacidade para albergar mais de mil vendedores.
A Mabunda possui duas naves para a venda a retalho de peixe fresco, seco e hortícolas, compartimentos para arrecadação de artefactos de pescas de apoio aos pescadores, dois contentores frigoríficos para a conservação do pescado, equipamentos para o tratamento das águas residuais, água para o uso doméstico e para o fabrico de gelo, entre outras condições.
Em 2020 foi aberto, em paralelo, um novo mercado de peixe, de gestão privada, que tende a diminuir a comercialização desorganizada do pescado nas imediações e tem lugares com as condições de higienização.
O espaço já criou 239 empregos directos e 702 indirectos, conta com uma câmara de conservação do peixe, casas de banho e portas de entrada, saída e de emergência que obedecem todas as s medidas de biossegurança.