Ondjiva - Sessenta porcento, de um total de 18 mil metros cúbicos da água produzida por dia no centro de captação do Xangongo, são descaminhadas devido as acções de vandalismo das caixas de descarga da conduta Xangongo/Ondjiva/Anhanka, província do Cunene.
A informação foi prestada quarta-feira à ANGOP, pelo Administrador Técnico da Empresa de Água e Saneamento do Cunene, Evangelisto Kamati, referindo que em função dessa prática, actualmente as perdas vão até 10 mil e 200 metros cúbicos de água por dia.
Sem precisar dados das ocorrências, disse que as mesmas são frequentes, podendo registar-se dois a três casos/dia em comunidades diferentes e sempre que há uma caixa aberta as equipas se movimentam para efectuar a reparação dos danos.
Fez saber que estas acções ocorrem no período seco (Agosto a Novembro), onde as comunidades têm dificuldades de realizar o abeberamento do gado e recorrem às caixas de descarga e ventosas de derivações para encherem as chimpacas (reservatório de água superficiais).
Evangelisto Kamati realçou que ao longo da referida conduta encontram-se instalados chafarizes com respectivos bebedouros em cada cinco quilómetros, mas as populações alegam distâncias e abrem as referidas caixas partindo os equipamentos hidráulicos instalados e encher as chimpacas.
Esclareceu que o processo dificilmente atinge a própria conduta por ser subterrânea, mas constitui uma situação preocupante que tem levado altos custos para empresa e as perdas de água que dificultam o normal abastecimento aos clientes.
“Só em termos financeiros, no período de Julho a Outubro, a empresa teve um custo de mais de quatro milhões e 700 mil kwanzas, para aquisição de pequenos equipamentos de reposição”, sustentou.
Entretanto, referiu que a empresa tem realizado trabalhos paliativos para assegurar o normal abastecimento de água às famílias, pois que o material de reposição dificilmente aparece no mercado nacional e por vezes tem que ocorrer no mercado externo.
Para contrapôr a situação, afirmou que a equipa de mobilização social, em parceria com as administrações comunais de Ondjiva e Môngua, tem promovido encontros com as populações ,apelando à protecção da adutora principal.
Salientou ainda a necessidade de maior intervenção dos órgãos de defesa e segurança, assim como das próprias autoridades do poder tradicional na mobilização das comunidades para a protecção dos bens públicos.
A Empresa de Águas e Saneamento do Cunene conta com mais de 15 mil clientes domiciliares, distribuídos pelos municípios de Ombadja, Cahama, Cuanhama e Namacunde, destes apenas 12 mil e 750 têm contratos celebrados.
De acordo com a Lei nº 13/24 de 29 de Agosto, os Crimes de Vandalismo de Bens e Serviços Públicos são passíveis de penas de 5 a 10 anos de prisão. FI/LHE/SEC