Ndalatando – O director do Gabinete Provincial do Cuanza Norte da Educação, Manuel Lourenço, apelou, este sábado, em Ndalatando, a participação das igrejas no combate aos crimes de abuso sexual de menores, sobretudo, no seio familiar.
O responsável fez este apelo no Culto Ecuménico dedicado ao encontro provincial das mulheres do Conselho das Igrejas de Reavivamento de Angola (CIRA), enquadrado na jornada Março Mulher.
Instou as mulheres a promoverem a cultura de denúncia dos autores de crimes sexuais, sobretudo, contra menores, como medida de combate ao fenómeno, que tem sido fonte de desestabilização das famílias.
Convidada a intervir no evento, a directora do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa da Delegação Provincial do Interior, Esperança Rodrigues, destacou a promoção de parcerias entre o sector e as igrejas, visando combater os crimes desta natureza.
De Janeiro a Março, a província registo 29 crimes de agressão sexual contra menores, dos quais 25 foram esclarecidos, com 17 detidos.
Lamentou o facto de a maioria destes crimes ocorrer no seio familiar com a conivência de muitas mães, que se recusam a denunciar os parceiros que abusam das filhas, por temerem represálias.
Esperança Rodrigues chamou a atenção das mulheres sobre os traumas a que estão sujeitas as vítimas de agressão sexual.
Por seu turno, a directora da sociedade de mulheres do CIRA na província, Adelina Panzo, disse que a actividade visou elevar a cultura de denúncia e participação dos fiéis no combate aos crimes de agressão sexual contra menores.
Os crimes de agressão sexual contra menores estão previstos nos artigos 182.º e seguintes do Código Penal angolano, cujas penas vão de seis meses a 15 anos de prisão.
O evento, animado por cânticos de louvores e orações, que decorreu na Igreja Pentecostal, contou com a participação de mulheres de várias denominações religiosas congregadas no CIRA, responsáveis de distintas instituições públicas e convidados. LJ/DS