Caimbambo – Sistemas de furos de águas e vias de acesso são algumas das infra-estruturas inscritas no Plano Integrado de Intervenção aos Municípios (PIIM) paralisadas no Caimbambo (Benguela), por incapacidade técnica e financeira dos empreiteiros, soube a ANGOP.
Segundo o director municipal das infra-estruturas, Lino Canjangui, o caso mais preocupante é o dos sistemas de furos para abastecimento de água, cujos empreiteiros abandonaram as obras.
“Temos a empresa Vieira e Paiva com dois sistemas na comuna do Cayave, em que nenhum dos empreendimentos tem um nível de execução física acima de 50 por cento”, explicou.
De acordo com esclarecimentos do director, o primeiro lote, com dois furos de água, tem a vedação mas falta a bomba, os painéis solares e os acabamentos, enquanto que no segundo, o empreiteiro fez o furo, mas não encontrou água e desistiu.
Já a empresa Vathisa, na comuna do Wiangombe, encontrou água no primeiro furo e fez os ensaios, mas depois da inauguração, o sistema ficou sem o precioso líquido e deixou de funcionar.
“Neste local, pode-se encontrar água acima de cem metros. O empreiteiro reconheceu a falha, mas até ao momento nada fez para pôr o sistema a funcionar”, esclareceu.
Em reacção a este comportamento, a Administração Municipal do Caimbambo já enviou notificações aos empreiteiros, mas por falta de resposta, está a preparar um processo de rescisão de contrato, segundo o director.
Fez questão de informar que todas as obras do PIIM têm um prazo de execução de seis meses e são de 2020, embora são concedidos prolongamentos, quando forem bem justificadas
Sobre as vias de acesso, deu como exemplo a obra de cinco quilómetros de asfaltagem no casco urbano da cidade, cujo projecto foi concebido para ser executado em duas fases. A primeira, de três km, já está concluída, mas a outra, de dois km, continua sem andamento, por questões técnicas.
Por outro lado, há uma estrada terraplanada de 32 quilómetros que liga a sede do município à comuna da Canhamela, que também está paralisada, mas porque é necessário intervir primeiro nas linhas de água e passagens molhadas, antes de pegar no traçado.
Segundo as normas de pagamento do PIIM, o empreiteiro recebe quinze por cento do valor da obra e marca o início da execução com os seus fundos e só mais tarde tem a possibilidade de emitir o auto de medição para fazer a cobrança. Só recebe quem produziu.
“Os empreiteiros não produzem o suficiente e já metem o auto de medição, contrariando as normas, acrescido do facto de que só depois de 90 dias a Administração, junto à Direcção Nacional dos Investimentos Públicos, poder pagar a factura", enfatizou.
Entretanto, há obras já concluídas, como a escola de sete de aulas, na comuna da Canhamela,.
Quanto aos projectos no âmbito do Combate à Pobreza, Lino Canjangui disse que a Administração está concentrada na reabilitação das obras.
“Já reabilitamos o centro de saúde do Cayave, concluímos a escola Agostinho Neto, de sete salas de aula, e uma outra de doze na sede do município", acrescentou.
Ficou pendente o posto de saúde e um centro médico da comuna da Canhamela que estão em fase de conclusão, segundo o director. TC/CRB