Soyo - Um ciclo de capacitação de membros que irão integrar as redes de protecção de criança está em curso, na província do Zaire, desde o princípio deste ano, para melhor acompanhamento e protecção de menores na comunidade.
O Zaire foi a província pioneira do país na criação das redes de protecção de menores nas comunidades, há sensivelmente 23 anos, numa altura em que se registava uma crescente tendência de acusação de crianças à prática de feiticismo.
As redes de protecção de criança são o conjunto articulado de instituições governamentais e não governamentais, operando para efectivar os direitos fundamentais garantidos nos 11 Compromissos de Protecção assumidos pelo Executivo angolano.
Até ao ano de 2012 a província possuía dezenas de redes de protecção de menores espalhadas pelos seis municípios da região, de acordo com o chefe dos serviços provinciais do Instituto Nacional da Criança (INAC) no Zaire, Rafael Kidiwa, que falava esta quarta-feira à ANGOP, no Soyo.
A desactivação das referidas redes deveu-se pelo fim da actividade da organização não-governamental Save The Children na região, que servia de suporte para o funcionamento das mesmas, disse o responsável.
Sem precisar o número de redes de protecção a serem criadas, nesta fase de reactivação, Rafael Kidiwa disse que este processo prolongar-se-á até Dezembro do ano em curso e se pretende abarcar boa parte das localidades da província.
Disse serem preocupantes os casos de abusos sexuais de crianças no Zaire, tendo sido registados, de Janeiro a Agosto, 21 registos, quando todo o ano de 2023 o INAC notificou apenas 18 ocorrências.
O aumento, segundo a fonte, deve-se à elevação da cultura de denúncia que atribuiu às acções de sensibilização e educação das comunidades que têm sido realizadas pelo INAC e seus parceiros sociais nesta parte do território nacional.
Outras situações que preocupam o INAC no Zaire têm a ver com a fuga à paternidade e a exploração de trabalho infantil, de acordo ainda com a fonte, que prometeu acções contínuas de sensibilização para mitigar tais males.
Rafael Kidiwa falava à margem de uma acção de capacitação de 60 formadores de futuros membros das redes de protecção de criança no Soyo, que decorreu em parceria com a organização não-governamental World Vision.
Integram as redes de protecção à criança, membros das administrações municipais, autoridades tradicionais e religiosas, membros das comissões de bairros, representantes das forças de defesa e ordem interna, entre outros. PMV/JL
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