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Greve dos taxistas de Luanda acaba em arruaça

     Sociedade              
  • Luanda • Segunda, 10 Janeiro de 2022 | 15h30
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Autocarro do Centro de Hemodiálise incendiado no distrito do Benfica, em Luanda
Autocarro do Centro de Hemodiálise incendiado no distrito do Benfica, em Luanda
Francisco Miúdo
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Gerador do Comité do MPLA do Distrito do Benfica, que foi vandalizado na sequência da greve dos Taxistas
Gerador do Comité do MPLA do Distrito do Benfica, que foi vandalizado na sequência da greve dos Taxistas
Francisco Miúdo

Luanda – A greve dos taxistas da província de Luanda, iniciada às 05h00 horas desta segunda-feira, para se exigir melhores condições de trabalho, criou constrangimentos na mobilidade de milhares de cidadãos, e resultou em actos de arruaça.

Desde as primeiras horas da manhã, as paragens de transportes públicos registaram grande enchente de passageiros em busca de alternativas para se locomoverem pela cidade, com mais de sete milhões de habitantes e pelo menos 23 mil táxis legalizados.

Além das enchentes nas paragens de táxis, o movimento grevista ficou marcado por actos de vandalismo na via pública, como a queima de pneus e a montagem de barricadas, o que levou à intervenção das forças da Polícia Nacional.

Segundo a corporação, vários cidadãos, alegadamente membros das associações de taxistas, atearam fogo a um comité de acção do MPLA, no bairro Benfica, incendiaram um autocarro em plena via pública e retiraram passageiros que viajavam em viaturas particulares, além de forçarem dezenas de taxistas discordantes a aderirem à greve.

No meio da arruaça, que levou à interrupção do trânsito automóvel em algumas artérias da cidade, uma equipa de jornalistas da Palanca TV chegou a sofrer agressões físicas.

Os actos de vandalismo ocorreram, especificamente, no distrito urbano do Talatona, no Zango, em Viana, e no município do Kilamba Kiaxi.  

Até agora, há registos de 17 detidos, por alegado envolvimento nestes actos de arruaça, que já foram repudiados pelas associações promotoras da greve e pelo MPLA.

Em declarações à imprensa, o 1º secretário do partido em Luanda, Bento Bento, afirmou que a queima do comité de acção resultou de uma "concertação" de forças políticas.

Em concreto, os taxistas reclamam, entre outras coisas, de alegados actos de "extorsão, das forças de defesa e segurança", a não profissionalização da actividade de táxi, a falta de carteira profissional da classe, a exclusão dos taxistas nas políticas do Executivo, o mau estado das vias e a falta de iluminação na via pública.

As reclamações constam de um caderno de oito pontos, entre os quais um referente ao aumento da taxa de ocupação dos táxis, de 50 para 100 por cento, pedido recentemente autorizado pelo Governo angolano, para se dar resposta à demanda da população.

De recordar que, à luz do Decreto Presidencial sobre a Situação de Calamidade Pública, em vigor, a lotação para os serviços de táxis deve ser de até 50 por cento.

 





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