Uíge – A aposta do bispo emérito da Diocese do Uíge, Francisco da Mata Mourisca, na construção de várias infra-estruturas escolares e religiosas foram destacadas hoje, sexta-feira, pelos fiéis da Igreja Católica nesta região.
O prelado, que faleceu quinta-feira no hospital Dom Alexandre do Nascimento, em Luanda, completaria 95 anos de idade em Outubro deste ano. Liderou a Diocese do Uíge durante 40 anos, tendo se notabilizado em várias áreas da sociedade.
Em declarações à ANGOP, nesta sexta-feira, o chanceler da Diocese do Uíge, Fernando Kazeza, disse que Francisco da Mata Mourisca contribuiu para a construção de escolas primárias e secundárias, nos municípios do Uíge, Bungo e Sanza-Pombo (Uíge), facto que ajudou na escolarização de milhares de cidadãos.
Esclareceu ainda que Mata Mourisca contribuiu para a construção do Seminário Maior de São Paulo e do Paço Episcopal, instalações localizadas na cidade do Uíge.
Apontou, entre outras acções do bispo, a construção do lar de acolhimento de crianças "São José”, centro para tratamento da doença do sono (Angotrip), assim como fundou a Casa das Irmãs Mensageiras.
Durante 40 anos que esteve na liderança da Diocese do Uíge, Francisco da Mata Mourisca ordenou cerca de 40 padres. Publicou várias obras, com destaque para o Decálogo do Matrimônio, Escândalo da Justiça, o Cristão e a Política, Caminhos do Homem, Lar Feliz, Por Amor de Angola e Protagonista do III Milénio.
De nome civil José Moreira dos Santos, D. Francisco da Mata Mourisca nasceu a 12 de Outubro de 1928, na então freguesia de Mata Mourisca, de onde lhe vem o nome, Diocese de Coimbra, Portugal.
Foi nomeado bispo da Diocese do Uíge, então Diocese de Carmona e S. Salvador, a 14 de Março de 1967, com 39 anos, e ordenado a 30 de Abril do mesmo ano, no Porto, Portugal. O bispo pertenceu à Ordem dos Frades Menores Capuchinhos e foi ordenado sacerdote no Porto, a 20 de Janeiro de 1952.
Formado em Teologia Dogmática pela Universidade de Salamanca, Espanha, em 1957, D. Francisco da Mata Mourisca exerceu em Portugal vários cargos de responsabilidade, entre os quais o de ministro provincial dos capuchinhos. NM/JRE