Chongoroi – O município do Chongoroi, na província de Benguela, está de braços abertos para receber investimento privado nas áreas da hotelaria, turismo, restauração e agricultura, de modo a alavancar o seu crescimento e garantir a empregabilidade da juventude.
Este apelo foi feito esta sexta-feira, pelo administrador municipal, Ernesto Pinto, quando falava à ANGOP a propósito do 52º aniversário da elevação desta circunscrição à categoria de vila.
Segundo Ernesto Pinto, hoje está mais fácil do que nunca investir-se na sua circunscrição, pois, em duas horas o cidadão pode ter acesso ao Alvará Comercial. “Antes, as pessoas tinham de se deslocar à cidade de Benguela, a 150 quilómetros, para tratar esse documento. Hoje tratamos aqui”, enfatizou.
Na mesma senda, disse que tudo é pago através do Portal do Munícipe.
Para os sectores visados, a Administração municipal garante que existem espaços disponíveis, exortando os potenciais investidores a se dirigirem a ela e fazerem as suas solicitações.
“Muita gente, ao invés de se dirigir à Administração Municipal, prefere recorrer a terceiros (intermediários) para adquirir espaços e às vezes são burlados”, alertou.
Ernesto Pinto manifestou o desejo de ver várias empresas a se instalarem no município, para que possam gerar emprego, sobretudo para juventude.
De igual modo, informou que a circunscrição tem também um vasto potencial mineiro por se explorar, com destaque para pedras preciosas, diamante e quartzo.
Actualmente, ainda representa uma grande “dor de cabeça” alojar dezenas de cidadãos no município, assim como quase não existem restaurantes e similares, o que não estimula o turismo.
Ernesto Pinto disse que tudo está a ser feito para que a água e energia eléctrica deixem de ser um problema para os munícipes, assim como para melhoria dos sinais de rádio e televisão.
A nível das telecomunicações, informou que solicitaram e foram bem sucedidos na instalação de antenas da rede Africell, estando já montada uma e outra em execução, embora reconheça algumas dificuldades a nível da rede Unitel.
“ Estamos a trabalhar na criação de condições para os cidadãos poderem tratar o Bilhete de Identidade nas sedes comunais”, disse.
Almejam também o surgimento de instituições do ensino superior, para que aqueles que pretendam elevar o seu nível académico deixem de se deslocar às cidades de Benguela e do Lubango para o efeito.
Terras aráveis inoperantes
Vastas extensões de terras aráveis estão por se explorar no município do Chongoroi, tanto por falta de investidores, como de capital de alguns detentores.
Para o segundo caso, o administrador municipal referiu que, aquando do encontro com Presidente da República, recentemente, na cidade do Lubango, foi orientada a expropriação de terras daquelas pessoas que possuem centenas de hectares e nada produzem, para reverterem a favor de quem tem capital e condições de o fazer.
A esse propósito, disse que já comunicaram as autoridades tradicionais e estas, por sua vez, estão a informar os actuais proprietários sobre esta intenção do governo.
“ Não vai ser fácil, mas temos de o fazer, porque produzindo em grande escala desaparece a fome, cria-se empregos e aumenta-se a renda das famílias”, frisou.
PIMM E PIDLCP trazem alento ao Chongoroi
O Plano Integrado de Intervenção nos Municípios e o Programa Integrado de Desenvolvimento Local e Combate à Pobreza estão a garantir o surgimento de novos equipamentos sociais, a reabilitação de vias de acesso, dentre outros, que já vão beneficiando e trazendo esperança de dias melhores aos cerca de 134 mil habitantes (estimativa da Administração) do Chongoroi.
A nível do PIIM, foram construídas e apetrechadas três escolas de sete salas de aula cada na sede municipal, comunas de Camuine e Bolonguera, beneficiando 1.740. Foi ainda reabilitado e apetrechado um colégio público de oito salas de aula, na sede municipal.
Com a entrada dessas novas unidades, o município conta com 55 escolas primárias, 12 do I e II ciclos, o que permitiu matricular 30.454 alunos em 2023, afirmou Ernesto Pinto.
De igual modo, foi concluído e apetrechado o hospital municipal e terraplanados os troços de acesso às comunas de Camuine e Bolonguera, perfazendo 142 quilómetros.
Relativamente ao PIDLCP, destaque para a reabilitação e apetrechamento da residência para os técnicos da Estação de Desenvolvimento Agrário, recuperação da rede de iluminação pública com painéis solares na comuna do Camuine, recuperação de um pequeno sistema de água fotovoltaico no bairro Cambandi 1, construção de um pequeno sistema de água com bebedouro na comuna da Bolonguera (Senje) e recuperação de um sistema fotovoltaico no Kambendje.
A aquisição de sementes e fertilizantes para o fomento da agricultura, beneficiando mais de 500 famílias camponesas e ex-militares, aquisição e distribuição de 10 juntas de bois para tracção animal, fornecimento de merenda escolar para 1.708 alunos, aquisição de medicamentos diversos para as unidades sanitárias de cuidados primários e a aquisição de 10 motorizadas para a actividade de moto-táxi, foram outras acções no âmbito do PIDLCP.
Está ainda em curso a construção de uma escola de 20 salas de aula no bairro do Tuwe – sede municipal, de subordinação provincial, a construção e apetrechamento do complexo residencial autárquico e da ponte sobre o rio Hanja, de responsabilidade central.
O município do Chongoroi, 150 quilómetros da cidade de Benguela, uma superfície de 6 mil e 151 quilómetros quadrados, tem uma população estimada em 134 mil habitantes, duas comunas (Bolonguera e Camuine), que se dedicam principalmente à agro-pecuária.
Depois da independência, o município foi dirigido por Tomás Bavalha Vituamba (1976-1977), Luís Paulino dos Santos (1978-1980), António Quintas (1980-1984), Joaquim da Silva “Talahali” (1984-1986), Victorino Kamundonda (1986-1993), Domingos Carlitos (1993-1995), Brechet Kativa (1995-1999), António João Cahete (1999-2008), Francisco Augusto Albertino Miguel (2008-2014), Maria Idalina Carlos (2014-2018), Herculano Neto (2018-2021), Ernesto Pinto (desde 2021).
O Chongoroi é habitado pelas tribos Muchilengues Musso, Muhumbes, Munano e Muhanha, que se fixaram na região por ser fértil para a agricultura e a caça. CRB