Luanda – O Instituto Hematológico e a Direcção Nacional de Saúde Pública estão a trabalhar para a implementação no país de testes rápidos de Anemia Falciforme nas maternidades, visando o diagnóstico precoce da doença.
A informação foi apresentada, esta sexta-feira, pela directora clínica do Instituto Hematológico Pediátrico, Brigida dos Santos, quando falava no Workshop sobre Doença Falciforme.
Disse que o uso destes testes rápidos é uma solução para o diagnóstico precoce da doença, visando a melhoria no tratamento médico e medicamentoso.
“Os testes, disponíveis para países com baixos recursos e validados pelo Comité de Ética, permitem, a nascença, que sejam feitos nas salas de parto e de vacinação, ao contrários dos habituais elaborados em laboratórios”, explicou.
Lamentou o facto de muitas vezes a doença ser detectada ao longo dos primeiros meses de vida do paciente.
Por outro lado, apontou a aquisição e distribuição gratuita da Hidroxiureira, um fármaco eficaz, para breve, fruto da parceria com a Novartis.
A doença de células Falciforme é hereditária, causada por uma mutação que ocorre nas genes que codificam a hemoglobina e, como consequência desta alteração, o organismo das pessoas afectadas passa a sintetizar a Hemoglobina S ao invés da A e deixa de transporta o oxigénio necessário para os tecidos.
A doença afecta milhões de pessoas em todo mundo e segundo as estimativas das Nações Unidas, existem entre 20 a 25 milhões de pessoas a viverem com a Anemia falciforme no mundo, dos quais 75 % vivem no continente africano e 50 % das crianças menores de cinco anos acometidas pela doença correm o risco de morrer antes de completarem cinco anos.
O Hospital Pediátrico de Luanda regista, há 10 anos, mais de mil casos de anemia falciforme anualmente. ML/ART