Luanda - A coordenadora do Programa Nacional de Vacinação, Felismina Neto, apontou, esta segunda-feira, a baixa cobertura vacinal nas crianças e adolescentes como causa do aumento do risco de meningites.
Felismina Neto, que falava à ANGOP sobre o programa nacional de vacinação, sublinhou que a prevenção, por meio da vacina, ainda é a forma mais simples, segura e eficaz para se proteger contra as doenças infecciosas.
De acordo com Felismina Neto, é notório um índice baixo no cumprimento da caderneta de vacinação por parte das crianças e dos adolescentes, factor que preocupa as autoridades sanitárias.
A meningite é uma infecção das membranas protectoras que circundam o cérebro e a medula espinhal (meninges), normalmente causada por vírus ou bactérias.
Se não for tratada rapidamente, essa doença pode levar a danos permanentes ao sistema nervoso, a infecção generalizada (septicemia) e a morte em 24 horas após o início dos sintomas.
De acordo com a responsável, a vacinação de adolescentes tem um grande impacto no controlo da meningite, visto que 20 por cento dos indivíduos desse grupo podem ser portadores da bactéria Neisseria meningitidis.
“Quando um indivíduo é vacinado contra determinada doença, o risco de infecção também é reduzido e, portanto, é muito menos provável que ele transmita a doença a outras pessoas”, assegurou.
Números
Segundo a responsável, o país tem registado casos da doença, sobretudo na província do Huambo, onde foram registados 126 casos, este ano, com uma letalidade acima da média.
A doença tem afectado, sobretudo, a população mais vulnerável, com a incidência para as crianças.
Para avaliar e definir soluções imediatas com vista ao controlo do aumento de casos de meningite reportado pela província, o Ministério da Saúde identificou como principais causas a baixa cobertura da vacina Pentavalente e Penumo13.
Papel da escola
De acordo com a coordenadora, as escolas têm um papel fundamental na verificação e manutenção do cartão de vacinação de crianças e adolescentes, podendo estimular um debate na comunidade sobre a importância da vacinação e realizar várias acções.
Realçou que para que estas acções sejam ainda mais eficientes, é importante estimular a participação dos encarregados de educação no acompanhamento da protecção vacinal da criança ou adolescente.
Com isso, refere, já se poderá ter uma noção do quadro de imunização de cada aluno, possibilitando assim um maior cumprimento por parte dos pais, para evitar a disseminação da doença no seio escolar.
Sintomas
Os sintomas iniciais da meningite inclui febre alta, irritabilidade, dor de cabeça, náusea e vômitos. O paciente pode apresentar pequenas manchas arroxeadas na pele, rigidez na nuca e sensibilidade à luz .
Se não for rapidamente tratado, o quadro pode evoluir para confusão mental, convulsão, choque, infecção generalizada, falência múltipla de órgãos e morte.
Medidas Preventivas
Como é causada por vírus ou bactérias deve-se evitar o contacto próximo com pessoas portadoras da patologia e lavar as mãos depois de estar em locais públicos.
Já pessoas com meningite devem lavar as mãos frequentemente, evitar ir em locais públicos e cobrir a boca e o nariz na hora de tossir ou espirrar.
Meningite no Mundo
A doença afecta actualmente mais de 2,8 milhões de pessoas a cada ano no mundo. Qualquer pessoa, de qualquer idade pode ser afectada por esta doença.
Estima-se que 20 por cento dos indivíduos infectados não resistam à doença. Os sobreviventes correm o risco de sofrer amputaçõe, já que a infecção compromete a circulação sanguínea e pode provocar a necrose das extremidades do corpo.
A letalidade da doença é maior em crianças pequenas, abaixo de um ano de idade; no entanto, os maiores transmissores da doença são os adolescentes e jovens adultos.