Luanda - A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, anunciou, este sábado, em Luanda, que Angola está no grupo dos países para a aquisição da vacina da malária em África.
“Estamos a trabalhar, em coordenação com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras agências, que têm a autorização de certificar vacinas. Colocamos o nosso país na corrida para a aquisição da vacina da malária que será uma revolução para nós”, esclareceu a ministra no final de uma visita de constatação das obras em curso dos hospitais Geral de Cacuaco, Américo Boavida e Neves Bendinha.
Sílvia Lutucuta assegurou que “não se pode olhar a doença na vertente hospitalar e assistencial para o tratamento da doença, mas trabalhar para prevenção”.
“Precisamos tomar um conjunto de medidas”, disse a ministra, lembrando que o Executivo está preocupado e a trabalhar de forma coordenada no sentido de melhorar cada vez mais a assistência médico sanitário das populações.
Recentemente, a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Aliança Global para Vacinas e a Unicef anunciaram que a primeira vacina contra a malária será distribuída, pela primeira vez, a 12 países africanos nos próximos dois anos.
Desde 2019 que o Ghana, Quénia e Malawi aumentaram significativamente a administração da vacina contra a malária através de um programa piloto, que chegou a mais de 1,7 milhões de crianças nos três países, demonstrando ser segura e eficaz.
Apesar de 28 países terem manifestado interesse em receber esta primeira vacina contra a malária, apenas 12 países vão receber as 18 milhões de doses disponíveis.
A escolha dos países teve a ver com a definição das zonas mais necessitadas, onde o risco de doença e morte por malária entre as crianças é maior.
Dados oficiais dão conta que Angola registou, no primeiro trimestre, mais de dois milhões de casos, dos quais duas mil e 673 morreram.Em 2022, de acordo com dados oficiais, foram notificados nove milhões 211 mil 346 casos de malária, sendo os maiores de 15 anos de idade, a faixa etária mais atingida com 38 por cento dos casos.
Em Angola, a malária é um problema grave de saúde pública e constitui a primeira causa de morbimortalidade geral.
A malária é uma das doenças mais mortíferas em África, matando quase meio milhão de crianças com menos de 05 anos todos os anos, e representa aproximadamente 95% dos casos mundiais de malária e 96% das mortes em 2021.
Novas unidades sanitárias
A ministra informou que o Hospital Geral de Cacuaco vai contar com 300 camas, com vários serviços, incluindo para tratamento oncológico e hemodiálise.
“Temos vários cuidados intensivos desde o neonatal até aos serviços para o adulto, com condições operativas e técnicas para o melhor tratamento quer médico e cirúrgicos para circunscrição que carece de unidades sanitárias de referência”, avançou a governante, tendo realçado que as obras do Hospital Geral Municipal de Cacuaco encontra-se em bom ritmo, na ordem global de 68 por cento de execução física.
Sobre a requalificação e ampliação do Hospital Américo Boavida, a ministra destacou a construção do Centro de Formação, Dormitórios, Morgue e o edifício infecto-contagioso.
“Dentro em breve será demolido o último edifício, que é o M, que tem a parte de ampliação para melhorar a requalificação”, reforçou.
As obras do Hospital Américo Boavida encontra-se numa execução física de 7,47 por cento.
Quanto ao Hospital Neves Bendinha, a ministra considerou que representa uma unidade mista de nível terciário que realiza atendimentos de nível primário e os atendimentos especializados para doentes queimados.
O edifício do Hospital foi reabilitado e ampliado, com material de ponta, actualmente com melhores condições, tendo agora uma capacidade de 129 camas, das 91 anteriores.
As obras do Hospital Geral Especializado Neves Bendinha estão executadas em cerca de 96 por cento.VM