Ondjiva – A antiga secretária provincial da Organização da Mulher Angolana (OMA) no Cunene, Justina Cristina Kandume, apelou hoje, em Ondjiva, às mulheres a promoverem mais acções de solidariedade.
Justina Kandume que completará cem anos, no dia 4 de Abril, exerceu o cargo de secretária da OMA na província de 1976 a 1979.
Em declarações à ANGOP, a propósito do Março/Mulher, a fonte disse que as mulheres filiadas à organização feminina do MPLA devem promover mais acções de caridade a favor dos pobres e grupos vulneráveis.
“Apesar de estarmos em contextos diferentes, naquela altura nós reservamos dias na semana para visitar e apoiar com bens alimentares as viúvas, órfãos, doentes e leprosos, o que permitia minimizar as necessidades desta franja”, afirmou.
Destacou o empenho demonstrado pelas antigas companheiras ao serviço da organização e na defesa da pátria, nomeadamente Natália África, Isaura Santos, Rosária Pacavira e Josefina Nendongo, entre outras.
Enalteceu o papel da mulher angolana e africana na libertação do país e do continente, pelo desenvolvimento de África, mas também na luta para vencer o preconceito, a discriminação e assegurar a sua afirmação na sociedade.
Justina Kandume aconselhou as mulheres a empenharem-se mais na agricultura, para produzirem o suficiente, bem como em pequenos negócios, para gerarem lucros que possibilitem aumentar a renda familiar.
Apontou ainda a necessidade da aposta na formação académica e técnica, de modo a acompanharem e participarem de forma directa nos desafios do país.
Para ela, essas qualificações ajudam a romper as barreiras culturais que têm inviabilizado a igualdade de género nas comunidades e elevar a consciência científica e moral das mulheres.
Encorajou a OMA a continuar com o seu trabalho de apoiar o Executivo na implementação de projectos direccionados à melhoria da situação económica e social da população, para o alcance de uma sociedade mais justa.
Reconheceu igualmente o trabalho do MPLA, para que mais mulheres tivessem a oportunidade de ocupar lugares cimeiros nas instituições públicas (cargos de direcção e chefia), facto que reconhece a capacidade da mulher.
O 2 de Março é o Dia da Mulher Angolana em reconhecimento ao seu papel desempenhado na luta de resistência do povo angolano contra a ocupação colonial. Com destaque a figuras como; Deolinda Rodrigues, Irene Cohen, Engrácia dos Santos e Lucrécia Paim.
Já o 8 de Março é o Dia Internacional da Mulher, que celebra as muitas conquistas femininas ao longo dos últimos séculos, mas também serve como um alerta sobre os graves problemas de género que persistem em todo o mundo.