Nova Iorque – A Unicef apelou quinta-feira, 22, a donativos no valor de 16,5 milhões de dólares (1 dólar equivale a Kz 900,50) para combater o vírus da varíola dos macacos na África Oriental e Austral.
"As crianças e as comunidades vulneráveis estão na linha da frente de um surto crescente de varíola dos macacos na África Oriental e Austral. Foram detectados mais de 200 casos confirmados em cinco países (Burundi, Rwanda, Uganda, Quénia e África do Sul)", declarou a agência da ONU, em comunicado, citado pelo site Notícias ao Minuto.
Por esta razão, a organização sublinhou a reunião urgente de 14,8 milhões de euros para aumentar a resposta e a preparação em toda a região.
"Os requisitos de financiamento serão revistos periodicamente, à medida que a situação evolui rapidamente", salienta-se no comunicado.
A nova variante do vírus da varíola dos macacos (clade 1b) foi identificada em todos os países afectados, com excepção da África do Sul, o que suscita preocupação devido ao seu potencial de transmissão mais alargada entre grupos etários, em especial crianças pequenas.
A Unicef afirmou que o Burundi registou o maior número de infecções nas duas regiões.
Até 20 de Agosto, foram detectados 170 casos confirmados em 26 dos 49 distritos do país, 45,3% dos quais são mulheres.
As crianças e os adolescentes com menos de 20 anos representam quase 60% dos casos detectados no Burundi e as crianças com menos de cinco anos representam 21% das infecções, segundo a ONU.
"A nova estirpe constitui uma séria ameaça para as crianças e famílias vulneráveis", afirmou a directora regional da Unicef para a África Oriental e Austral, Etleva Kadilli.
A OMS declarou no dia 14 um alerta sanitário internacional para o vírus da varíola dos macacos, cuja doença infecciosa que pode causar glândulas inchadas e erupções cutâneas dolorosas ou com comichão, incluindo borbulhas ou bolhas.
O alerta sanitário da OMS está relacionado com a rápida propagação e a elevada mortalidade da nova variante no continente africano e com um primeiro caso na Suécia de um viajante que esteve numa zona de África onde o vírus circula intensamente.
Esta variante é diferente da clade 2, que causou um violento surto em África em 2022 e centenas de casos na Europa, América do Norte e países de outras regiões, e já levou à declaração de uma emergência sanitária internacional entre 2022 e 2023.
Doze Estados membros da União Africana (UA) notificaram 18.910 casos de varíola dos macacos e 541 mortes até agora em 2024, embora a grande maioria das infecções esteja na República Democrática do Congo, disse a agência de saúde pública da UA na terça-feira. JM