Bruxelas - A União Europeia (UE) lançou esta segunda-feira a missão no Mar Vermelho para salvaguardar a navegação da rota marítima e acompanhar os navios comerciais que nas últimas semanas têm sido alvo de ataques dos rebeldes iemenitas Huthis.
"Com o lançamento da missão Aspides, a UE está a responder rapidamente à necessidade de restaurar a segurança marítima e a liberdade de navegação num corredor marítimo altamente estratégico.
Esta operação vai ser fulcral na salvaguarda dos interesses comerciais e de segurança", disse o alto representante do bloco europeu para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Josep Borrell, citado num comunicado divulgado pelo Conselho da UE.
A missão Aspides, que significa "escudo" em grego, vai vigiar as embarcações, principalmente cargueiros, que atravessam o Mar Vermelho que chega às fronteiras da Arábia Saudita, Djibuti, Egipto, Eritreia, Israel, Iémen, Jordânia e Sudão.
Através da rede social X (antigo Twitter), o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, sublinhou que esta operação naval visa "contribuir para o restabelecimento da liberdade de navegação e para a protecção da marinha mercante".
"Estamos a tomar medidas corajosas para proteger os interesses comerciais e de segurança da UE e da comunidade internacional", adiantou Borrell.
Também na rede social X, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, congratulou-se com o lançamento desta missão, vincando que "a Europa assegurará a liberdade de navegação no Mar Vermelho, trabalhando em conjunto com os parceiros internacionais".
"Para além da resposta a crises, trata-se de um passo no sentido de uma presença europeia mais forte no mar para proteger os nossos interesses europeus", adiantou Ursula von der Leyen.
Reunidos em Bruxelas numa altura de tensões prolongadas no Médio Oriente, os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 Estados-membros (incluindo o português, João Gomes Cravinho) aprovaram então oficialmente a missão marítima militar da UE no Mar Vermelho, quando se registam bloqueios causados pelos ataques dos rebeldes Huthis em retaliação pela guerra entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza.
Esta missão será de natureza defensiva e não se prevê qualquer ataque terrestre aos rebeldes Huthis, apoiados pelo Irão e que controlam grandes áreas do Iémen.
Desde o início da intervenção militar de Israel na Faixa de Gaza, justificada com a necessidade de anular a capacidade militar do Hamas, que as milícias iemenitas Huthis têm atacado navios, exigindo um cessar-fogo no enclave palestiniano.
Israel começou a bombardear Gaza na sequência dos ataques do Hamas no sul do território israelita, perpetrados em 07 de Outubro de 2023.
O apoio inicial da comunidade internacional degenerou em críticas pela resposta desproporcionada de Telavive, que está a assolar desde então o território com a população mais jovem do mundo, de acordo com as Nações Unidas.
A invasão de Gaza é o mais recente episódio de um conflito com mais de sete décadas entre Israel e a Palestina que ainda não é reconhecida como um Estado, exacerbada pela retórica e decisões do Governo de Benjamin Netanyahu, o mais à direita da história do Estado judaico. MOY/AM