Daca - A polícia do Bangladesh proibiu hoje todas as reuniões na capital do país, Daca, declarou à agência de notícias AFP o chefe da polícia da cidade, quando um dos principais líderes da oposição foi detido pelas autoridades.
"Proibimos hoje todas as concentrações, manifestações e reuniões públicas em Dhaka", disse Habibur Rahman, acrescentando que a medida é necessária para garantir a "segurança pública".
A polícia do Bangladesh deteve hoje um dos principais líderes da oposição na capital, Daca, disse à AFP o porta-voz da polícia Faruk Hossain, após vários dias de agitação mortal em todo o país.
Ruhul Kabir Rizvi Ahmed, líder do principal partido da oposição, o Partido Nacionalista do Bangladesh (BNP), enfrenta "centenas de casos", disse Hossain, sem adiantar mais pormenores sobre os motivos da sua detenção.
Manifestantes incendiaram vários edifícios governamentais no Bangladesh na quinta-feira, disse a polícia de Daca, em mais um dia de confrontos entre estudantes e polícia que, em 48 horas, fizeram 39 mortos.
"Os manifestantes já incendiaram, vandalizaram e levaram a cabo actividades destrutivas" contra os escritórios da televisão estatal BTV e da agência de gestão de catástrofes do país, assim como contra edifícios da polícia e do governo, indicou a polícia em comunicado.
A nota foi publicada na quinta-feira à noite, após um apagão "quase total" da Internet em todo o país.
"Até agora, temos exercido a máxima contenção", afirmou a polícia, acrescentando que, se estas acções destrutivas continuarem, a força de segurança será "obrigada a fazer uso máximo da lei".
Os confrontos no Bangladesh entre a polícia e os estudantes, que se manifestam contra as quotas de contratação na função pública, fizeram 39 mortos em 48 horas, dos quais 32 na quinta-feira.
A estação de televisão privada Independent Television noticiou hoje que 702 pessoas ficaram feridas nos confrontos entre a polícia e os manifestantes, incluindo 104 polícias e 30 jornalistas.
Pelo menos 26 dos 64 distritos do país foram palco de confrontos na quinta-feira, de acordo com o canal.
Os participantes nas manifestações quase diárias, desde o início deste mês, exigem o fim do sistema de quotas na função pública, considerando que este beneficia os filhos dos grupos que apoiam a primeira-ministra, Sheikh Hasina, de 76 anos, no poder desde 2009.CS