Washington - Em pouco mais de dez minutos, Kamala Harris deixou uma mensagem de esperança no seu discurso de reconhecimento de derrota na corrida à Casa Branca.
Em Washington, DC, uma multidão esperava ansiosamente ouvir as primeiras palavras da democrata, após Donald Trump ser eleito como 47.º presidente dos Estados Unidos.
As imagens mostram uma multidão triste com os resultados - onde políticos e apoiantes se 'misturam' e encontram na tristeza com os resultados.
No palco, Kamala falou de forma assertiva, deixando uma mensagem de esperança e com um sorriso no rosto, que contrastou com "os tempos escuros" que se aproximam.
Após a chegada do candidato a 'vice' da democrata, Tim Walz, que foi recebido com uma grande salva de palmas, foi a vez de Kamala, que foi igualmente recebida com grande entusiasmo.
Todos temos de aceitar os resultados [...]. Vamos garantir uma transferência pacífica de poder. Quando perdemos uma eleição, aceitamos. Isso distingue a democracia da tirania
Agradecendo a "confiança que depositaram" nela para esta corrida, Kamala começou por falar dos resultados. "Não são os que queríamos, não foi pelo que lutámos", começou por reconhecer, dizendo que é preciso "continuar este combate" e garantindo "orgulho" na forma como a campanha aconteceu.
Harris falou ainda do telefonema que teve hoje com o presidente-eleito, Donald Trump, dizendo que lhe garantiu que iria ter o apoio dos democratas numa transição de poder, e não deixou margem para dúvidas sobre a aceitação dos resultados, lançando 'farpas' naquela que foi a atitude de Trump nas presidenciais passadas, mas sem o mencionar: "Todos temos de aceitar os resultados [...]. Vamos garantir uma transferência pacífica de poder. Quando perdemos uma eleição, aceitamos. Isso distingue a democracia da tirania".
Mas defendeu: "Não devemos lealdade a um Presidente ou a um partido, mas à Constituição dos Estados Unidos".
Harris não vai desistir da luta, que "pode demorar a ganhar"
Após 'alinhar' os democratas, e quem mais a ouviu, acerca da aceitação dos resultados, Kamala garantiu que deixar de lutar pela democracia não era uma opção.
"América, nunca vamos desistir da luta pela democracia, pela igualdade e pela ideia sagrada de que todos nós - não importa quem sejamos ou onde começamos - temos direitos e liberdades que têm de ser respeitados", atirou, dizendo ainda que pode custar mais, mas que como a própria já tinha dito: "Gostamos de trabalhar arduamente. E a luta pelo nosso país vale a pena", disse.
Às vezes a luta demora um pouco. Não significa que não ganhemos. O importante é que nunca desistamos
Dirigindo-se aos mais jovens, garantiu-lhes que era normal estes se sentirem "tristes e desapontados".
"Durante a campanha eu disse muitas vezes que 'Quando lutamos, ganhamos'. Às vezes a luta demora um pouco. Não significa que não ganhemos. O importante é que nunca desistamos. Nunca paremos de tentar que o mundo seja um mundo melhor. Vocês têm poder e nunca ouçam quando alguém vos diz que algo é impossível porque nunca foi feito antes", afirmou, lembrando que esta era a altura de "arregaçar as mangas".
Numa mensagem de esperança, a democrata falou ainda de um 'lei' que diz que "só quando está demasiado escuro é que se conseguem ver as estrelas", e sublinhou: "Vamos encher o céu com a luz de estrelas, de otimismo, de verdade, serviço e fé".CS
