Madrid - O ministro dos Negócios Estrangeiros de Espanha, José Manuel Albares, considerou que "a vontade democrática do povo da Venezuela deve ser respeitada", após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do país ter declarado vitória do presidente Nicolás Maduro.
Para tal, Albares exigiu "a apresentação das actas de todas as mesas eleitorais para garantir resultados plenamente verificáveis", após terem sido levantadas dúvidas sobre a legitimidade dos resultados anunciados pelo CNE, segundo a Lusa.
No X (antigo Twitter), o alto diplomata espanhol apelou, ainda, a que "se mantenha a calma e o civismo com os quais transcorreu a jornada eleitoral".
Em entrevista à cadeia de rádio espanhola SER, Albares destacou que os venezuelanos votaram no domingo de forma democrática e muito participada, pelo que, afirmou, "a 'chave' é a publicação dos dados 'mesa por mesa' para que possam ser verificados".
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo de Madrid insistiu na "total transparência" do processo eleitoral venezuelano.
Albares acrescentou que Espanha não tem um candidato favorito e que "só quer o bem-estar e a democracia para o povo venezuelano triunfem", referindo-se à elevada participação dos eleitores.
De Espanha vieram também críticas do líder da oposição, Alberto Núñez Feijóo, que argumentou que "há razões válidas para pensar que o resultado anunciado pelo governo não responde ao voto do povo".
Na mesma rede social, o líder do Partido Popular pediu a defesa da democracia, após uma eleição que aconteceu "em paz" e "a favor de uma transição para a liberdade".
Por sua vez, o líder do partido Vox, Santiago Abascal, saudou que "uma nova era se abre na Venezuela".
Considerou que nem mesmo a fraude mais colossal do governo corrupto e assassino pode encobrir o enorme sucesso alcançado por María Corina e Edmundo González.
Abascal criticou o governo espanhol e o Partido Socialista do país, em alusão à presença na Venezuela do antigo presidente do executivo de Madrid, José Luis Rodríguez Zapatero, como comandante da delegação de observadores internacionais protegidos pelo governo.
O CNE anunciou que o presidente cessante Nicolás Maduro foi reeleito para um terceiro mandato consecutivo com 51,20% dos votos, após as eleições de domingo.
Maduro obteve 5,15 milhões de votos, à frente do candidato da oposição Edmundo Gonzalez Urrutia, que obteve pouco menos de 4,5 milhões (44,2%), de acordo com os números oficiais anunciados pelo presidente do CNE, Elvis Amoroso.
Os resultados foram anunciados depois de contados 80% dos boletins de voto e 59% dos eleitores terem comparecido às urnas. O resultado "é irreversível", declarou.
A oposição, por outro lado, refuta os resultados anunciados, acreditando que o candidato Edmundo Gonzalez arrecadou, na realidade, 70% dos votos. CQ/GAR