Madrid - O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, anunciou, esta terça-feira, que o seu governo aprovou um pacote de medidas destinado a oferecer uma "resposta imediata" às regiões afectadas pela passagem da DANA, que provocou mais de 200 mortos, desde a semana passada, noticiou o site Notícias ao Minuto.
O chefe do Executivo sublinhou que este primeiro pacote de medidas destina-se a ajudar não só residentes, mas também empresas e instituições locais dos 75 municípios afectados em Andaluzia, Valência e Castela-Mancha.
"A resposta que vamos dar vai ser articulada no 'Plano de resposta imediata para a reconstrução e relançamento da Comunidade Valenciana'. O plano tem três fases: a primeira é a resposta imediata, a segunda é a reconstrução das áreas afectadas e a terceira é a fase de relançamento e transformação para adaptar Valência à emergência climática que afecta o Mar Mediterrâneo.
As fases durarão o tempo que for necessário para recuperar a normalidade no território afectado", detalhou, em conferência de imprensa.
Em concreto, o governo aprovou um primeiro pacote de medidas de emergência no valor de 10,6 mil milhões de euros para indivíduos, empresas e instituições, incluindo ajudas directas, isenções fiscais e moratórias, bem como garantias.
Está ainda prevista a transferência de 72 mil euros em casos de incapacidade, bem como entre 20 e 60 mil euros para a reconstrução de habitações, até 10 mil euros para a reposição de bens domésticos e ainda até 37 mil euros para reparações de elementos dos edifícios.
A ajuda aos trabalhadores independentes situar-se-á entre 10 mil euros, e serão alocados 150 mil euros para as empresas, em função do volume de actividade.
"A fase 1 inclui a aprovação de uma zona de catástrofe por decreto e inclui muitas medidas que serão incluídas num site para que todos, cidadãos e meios de comunicação social, possam conhecê-las em primeira mão. Estas medidas são inspiradas na gestão de crises acumulada por este governo. As mais importantes são a activação da ajuda directa aos cidadãos e empresas afectados", complementou.
Sánchez explicou ainda que "o governo pagará 100% das despesas de emergência dos municípios afectados", nomeadamente "todas as acções relacionadas com a remoção de lama, detritos, bens inutilizáveis, fornecimento de água potável, limpeza de ruas, alojamento e alimentação para os residentes afectados". O Executivo também assumirá 50% de todos os trabalhos que têm de ser efectuados para reparar as instalações.
O chefe do Executivo salientou, ainda assim, que é necessário "continuar a trabalhar", uma vez que "ainda há pessoas desaparecidas por localizar, casas e empresas destruídas, soterradas pela lama e muita gente a sofrer graves carências".
"É muito fácil distinguir aqueles que expressam a sua raiva de uma forma legítima de grupos de extrema-direita perfeitamente organizados"
Pedro Sánchez mencionou ainda os incidentes ocorridos no domingo durante a visita oficial a Paiporta, nos quais foi agredido nas costas com um pau. Os reis foram, também, apupados e insultados.
"Se olharmos para as imagens da visita de domingo, é muito fácil distinguir aqueles que expressam a sua raiva de uma forma legítima, devido à sua frustração pela situação que estão a viver, de grupos de extrema-direita perfeitamente organizados que tentavam provocar o máximo de danos possível às autoridades que estavam presentes", disse.
O responsável reiterou estar "bem" e que não se desviará do "fundamental".
"Estou bem e, como disse nesse dia, não me vou desviar do fundamental. Os protagonistas são os cidadãos afectados, as famílias das vítimas, as vítimas, a reconstrução e o relançamento desta província, de Valência e de outras que foram afectadas", disse.CS