Paris - O Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou hoje a pretensão de reforçar a cooperação com a Alemanha e com o Reino Unido no domínio da Defesa como parte da revisão da estratégia do país nesta área.
Macron classificou a Alemanha como "parceiro indispensável" de França e assegurou que o projecto europeu depende do equilíbrio desta parceria.
O chefe de Estado francês admitiu esperar "progressos decisivos nas próximas semanas" relactivamente a esta aproximação à Alemanha e sublinhou que as forças dos países "foram feitas para se juntarem".
A nova estratégia no domínio da Defesa, apresentada num contexto de guerra desencadeado pela invasão russa da Ucrânia e pelo aumento das ameaças híbridas à segurança, inclui ainda um reforço da aliança com o Reino Unido.
Nesse sentido, Emmanuel Macron anunciou que França e Reino Unido vão realizar, no primeiro trimestre do próximo ano, uma cimeira sobre questões de Defesa, pedindo ao seu país vizinho que fortaleça a relação.
"A nossa parceria com o Reino Unido também deve ser elevada para outro nível e espero que retomemos activamente o curso do nosso diálogo sobre operações, capacidades e [as questões do] nuclear", afirmou acrescentando querer que Paris e Londres voltem a ter uma ligação "que convém a países amigos e aliados".
A estratégia da Defesa francesa vai passar também a abordar de forma mais dura a desinformação, tendo o Presidente decidido que "a influência" de França, ou seja, a promoção do país, passará a ter estatuto de "função estratégica".
"Não seremos espectadores pacientes" da disseminação de informações falsas ou narrativas hostis em relação a França, pelo que "a certificação faz claramente parte dos requisitos estratégicos" do país, declarou Macron, adiantando que "esta luta será dotada de meios substanciais".
A França terá que saber "detetar sem demora" estas formas de guerra híbrida e "impedi-las", afirmou ainda Macron, para quem é estratégico que "à maneira de uma democracia, [essas armas sejam] antecipadas e usadas a favor [do país] nos campos digital e físico".
"Uma atitude apenas reativa ou até defensiva não será nossa", assegurou Emmanuel Macron.