Washington - A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, vai viajar para Lucerna, na Suíça, no dia 15 de Junho onde irá representar o seu país, na Conferência de Paz para a Ucrânia, anunciou hoje a Casa Branca.
De acordo com um comunicado da presidência dos Estados Unidos, nesta sua deslocação Harris deverá destacar "o compromisso do Governo Biden-Harris em encorajar os esforços da Ucrânia para garantir uma paz justa e duradoura, baseada na soberania da Ucrânia, na integridade territorial e nos princípios da Carta das Nações Unidas", segundo o site Notícias ao Minuto.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, convidou o seu homólogo norte-americano, Joe Biden, que irá participar na cimeira do G7 em Itália pouco antes, a prolongar a sua estadia na Europa e a comparecer pessoalmente na conferência na Suíça.
O Presidente democrata que está em campanha para um segundo mandato decidiu, no entanto, regressar aos Estados Unidos, após a cimeira do G7, para participar numa operação de angariação de fundos na Califórnia, na presença das estrelas de cinema George Clooney e Julia Roberts, entre outros.
Com a sua presença na conferência na Suíça, Kamala Harris irá "reafirmar o apoio ao povo ucraniano enquanto este se defende da agressão russa", diz o comunicado da Casa Branca.
Mais de uma centena de países e organizações comprometeram-se a participar nesta conferência de paz na Suíça, segundo Zelensky, para a qual a Rússia não foi convidada.
"Cento e sete países e organizações internacionais confirmaram sua participação na Cimeira de Paz", declarou hoje o porta-voz do gabinete presidencial ucraniano, Serguei Nikiforov, em declarações citadas pela agência noticiosa ucraniana Ukrinform.
Filipinas, Singapura e Timor-Leste são os mais recentes países cujos representantes comunicaram à Ucrânia que vão estar representados "de uma forma ou de outra" na cimeira, adiantou o mesmo responsável.
O Presidente ucraniano espera recolher na cimeira apoio para o maior número de pontos da sua "fórmula de paz", um documento de dez pontos que inclui exigências como a retirada total das tropas russas do seu território, o restabelecimento da segurança alimentar e nuclear ou a libertação de todos os prisioneiros de guerra de ambos os lados.
Zelensky também explicou que a cimeira analisará um acordo para o retorno das crianças ucranianas deportadas dos territórios ocupados pela Rússia.
A Ucrânia planeia entregar a Moscovo os documentos aprovados, de forma a pressionar o país invasor a por termo à guerra.
Presidente da Ucrânia visitou hoje as Filipinas, um dia depois de participar num fórum de segurança regional em Singapura para promover a cimeira da Suíça.
Zelensky, cuja viagem a Manila não foi anunciada oficialmente pelo seu gabinete ou pelas autoridades filipinas, reuniu-se com o homólogo, Ferdinand Marcos, que expressou todo o apoio possível para resolver o conflito no país europeu, informou a televisão filipina ABS-CBN.
O líder ucraniano compareceu, de surpresa, no domingo no Diálogo de Shangri-La, o principal fórum de segurança e defesa da Ásia, para pedir apoio dos países da Ásia-Pacífico para a cimeira, na estância suíça de Bürgenstock.
No discurso em Singapura, Zelensky manifestou "a decepção" por alguns países, como a China, não terem confirmado a presença na cimeira e acusou Moscovo de tentar "fazer descarrilar" os esforços para alcançar a paz.
A cimeira não conta com a presença de representantes de Pequim e Moscovo.
À margem do Diálogo de Shangri-La, Zelensky encontrou-se com o secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, a quem agradeceu o "apoio político e de defesa vital dos EUA à Ucrânia".
Esta é a segunda visita do líder ucraniano à Ásia desde o início da guerra na Ucrânia devido à invasão russa em Fevereiro de 2022, depois de ter participado na cimeira de líderes do G7 no Japão em Maio de 2023.
Zelensky procura durante esta viagem impulsionar a cimeira na Suíça e exaltar "a diplomacia" como o principal instrumento para pôr fim a uma "guerra cruel" que matou dezenas de milhares de pessoas. AM