São Paulo - A coligação conservadora do primeiro-ministro Scott Morrison perdeu as eleições legislativas deste sábado, na Austrália, de acordo com apuramento dos veículos de comunicação locais.
A coligação conservadora do primeiro-ministro Scott Morrison perdeu as eleições legislativas deste sábado (21) na Austrália, de acordo com projeções dos veículos de comunicação australianos.
O trabalhista Anthony Albanese proclamou a sua vitória, afirmando que os australianos "votaram pela mudança" e colocando fim a nove anos de um governo conservador.
"O povo australiano votou pela mudança", afirmou Albanese no seu discurso da vitória. Ele também prometeu transformar a Austrália numa "superpotência" de energias renováveis e anunciou que participaria da Conferência do Quad - grupo que reúne Estados Unidos, Austrália, India e Japão - que começa terça-feira (24), no Japão.
O primeiro-ministro conservador Scott Morrison disse ter telefonado para o seu adversário do Partido Trabalhista, para felicitá-lo pela vitória. Ele também anunciou que deixaria a direcção do Partido Liberal.
"Falei com o líder da oposição e futuro primeiro-ministro, Anthony Albanese, e o parabenizei pela vitória eleitoral", disse Morrison em discurso transmitido pela tevê.
O Partido Trabalhista terá provavelmente que se aliar aos Verdes e o grupo chamado "teals independents" (independentes azul-petróleo) - que tem uma maioria de mulheres candidatas - que fez uma campanha baseada em temas como ética, igualdade e luta contra as mudanças climáticas.
Os resultados parciais mostram que a coligação de Morrison, favorável ao sector mineiro e considerada uma negacionista climática, foi sancionada nas urnas dos centros urbanos ricos, particularmente no Estado de Austrália do Oeste.
Num país traumatizado nos últimos anos por graves incêndios, inundações e secas, os trabalhistas prometeram promover políticas ambientais, uma das principais carências do governo conservador. Eles também fizeram promessas de baixar a inflação e aumentar os salários.
Morrison usou a queda do desemprego no seu governo - que alcançou o nível mais baixo dos últimos 50 anos - como argumento para a reeleição, mas a crise climática impôs-se para uma importante parte do eleitorado.
Mais de 17 milhões de australianos votaram para escolher os 151 deputados da Câmara de Representantes, para um mandato de três anos, e 40 dos 76 senadores por um período de seis anos.
O partido da coligação que obtém a maioria na Câmara de Representantes é automaticamente encarregado de formar o governo. O voto é obrigatório na Austrália e os abstencionistas podem pagar uma multa de pelo menos 20 dólares.
Cerca de metade das urnas foram apuradas. Os resultados definitivos podem demorar a serem conhecidos em virtude do número historicamente alto de votos por correspondência.