Luanda – O Executivo angolano vai continuar a construir hospitais até atingir uma cobertura nacional satisfatória, no prosseguimento do plano que está em curso, garantiu esta terça-feira, o Presidente da República, João Lourenço.
“Há muito mais unidades hospitalares por construir. Estamos com um bom ritmo de construções e de inaugurações”, realçou o estadista em declarações à imprensa, após a inauguração do Hospital Geral do Cuanza-Norte, denominado Mário Pinto de Andrade.
Referiu que o governo está a inaugurar, nos últimos tempos, quatro a cinco unidades hospitalares por ano e pretende dobrar esta média em 2025.
Afirmou que o objectivo de levar os serviços de saúde para mais perto da população está a ser conseguido, por isso serão construídas mais unidades hospitalares dos níveis primário, secundário e terciário.
“Há muito mais unidades hospitalares por construir. Já estamos com um bom ritmo”, realçou.
João Lourenço indicou haver duas áreas de saúde que o preocupam: o da Oncologia e construção de unidades fabris de medicamentos e vacinas.
Em relação à primeira, falou da construção do Hospital Oncológico de Luanda, que deverá ficar concluído em 2026, já que as obras decorrem a ritmo satisfatório.
Informou que uma atenção especial também deverá ser dada à formação de quadros desta especialidade.
Quanto à construção de indústria para produção de medicamentos, o Presidente da República frisou ser intenção de o Executivo convidar o sector privado para investir nesta área, de modo que o estado deixe ou reduza a importação de medicamentos.
Investimento no sector da saúde
A saúde continua a ocupar um lugar relevante nas prioridades do governo com resultados animadores, particularmente considerando a aposta nos serviços de proximidade e no aumento do acesso aos cuidados primários.
Por consequência, a mortalidade de crianças menores de cinco anos baixou de 68 para 52 por mil nascidos vivos, e a de menores de um ano, de 44 para 32 por cada mil nascidos vivos. A mortalidade materna baixou de 239 para 170 por cada 100.000 nascidos vivos.
Está em curso uma transformação verdadeiramente estrutural no Serviço Nacional de Saúde, que visa alcançar a cobertura universal.
Dos mais de trinta milhões de consultas realizadas até ao final do I semestre de 2024, cerca de 73% correspondem aos Cuidados Primários de Saúde.
A rede sanitária do país é constituída actualmente por 3.346 unidades, sendo 3.094 postos e centros de saúde, 173 Hospitais Municipais, 23 Hospitais Provinciais, 34 Hospitais Especializados e 22 Hospitais Centrais.
Registou-se um aumento de 4.899 camas hospitalares no Serviço Nacional de Saúde, passando de 37.808 camas em 2022 para 42.707 este ano.
Foram reforçadas as unidades hospitalares de nível terciário, na província do Bengo com o Hospital Geral do Bengo Reverendo Guilherme Pereira Inglês, na província de Luanda com o Hospital Geral de Viana Bispo Emílio de Carvalho e o Hospital Geral de Cacuaco Heróis de Kifangondo, e na província do Cunene com o Hospital Geral do Cunene General Simione Mukune.
Foi também inaugurado, recentemente, o Hospital Geral do Cuanza-Sul, com o nome do comandante cubano Raúl Diaz Arguelles.
O Executivo está a trabalhar para que até 2026, o mais tardar, sejam concluídos e entrem em funcionamento o Hospital Municipal de Porto Amboim, o Instituto de Anatomia Forense, o Hospital Geral de Mbanza Kongo, o Complexo Hospitalar Pedro Maria Tonha Pedalé, o Hospital Geral do Uíge, o Hospital Américo Boavida, o Hospital Pediátrico do Huambo, o Hospital Materno-Infantil da Huíla, o novo Hospital de Queimados da província de Luanda, o Hospital Materno-Infantil de Benguela, o Hospital Geral da Catumbela e o novo Hospital Oncológico em Luanda.
O investimento em infra-estruturas hospitalares modernas está a permitir melhorar a qualidade da assistência médica de elevada complexidade, nomeadamente nos domínios da cirurgia cardíaca, neurocirurgia e cirurgia ortopédica.
Para acompanhar a dinâmica do desenvolvimento tecnológico no domínio da saúde, iniciou-se este ano o Programa de Implementação da Cirurgia Robótica, com o apoio de uma equipa de especialistas dos Estados Unidos da América.
Nesta perspectiva, o Executivo continua a consolidar a aposta no tratamento de pessoas com insuficiência renal através do aumento da capacidade de prestação de serviços de hemodiálise.
De 29 serviços em 2023, Angola passou para 35 em 2024, estando já disponível em 13 províncias com capacidade para atendimento humanizado de 3.625 utentes, não sendo mais necessário recorrer ao exterior do país para tratarmos dos doentes renais.
Para diminuir o défice que ainda há e para acompanhar o crescimento da rede sanitária, foram admitidos, desde 2017, um total de 46.705 profissionais de saúde das mais diferentes categorias, representando um incremento de 43,6% da força de trabalho.ART