Madrid - A Catalunha inicia hoje o processo parlamentar para investir o socialista Salvador Ill a presidente do governo regional, acabando com 14 anos de executivos independentistas.
Num novo ciclo político cujo arranque ainda pode ser perturbado pelo separatista Carles Puigdemont, noticiou o site noticias ao Minuto.
O "novo ciclo político na Catalunha" saiu das eleições autonómicas de 12 de Maio, em que os socialistas foram os mais votados e os independentistas tiveram "maus resultados", como reconheceu a Esquerda Republicana da Catalunha (ERC, separatista).
A ERC, "entendendo os resultados" e assumindo não ser possível haver um novo governo na Catalunha liderado por independentistas, por estas formações terem perdido a maioria absoluta no parlamento regional, negociando a viabilização de um executivo de esquerda com o Partido Socialista catalão (PSC, estrutura regional do Partido Socialista Operário Espanhol, PSOE).
O outro grande partido independentista, o Juntos pela Catalunha (JxCat, conservador), do ex-presidente autonómico, Carles Puigdemont, apostava pela repetição das eleições e condenou a ERC por estar disposta a acabar com a frente separatista catalã e viabilizar um governo "espanholista" para a região.
Puigdemont, que vive na Bélgica desde 2017 para fugir à justiça espanhola na sequência de declaração unilateral de independência de 2017, que liderou, acusou mesmo a ERC de ser a responsável pela sua detenção "nos próximos dias", quando regressar a Espanha para estar presente, como deputado eleito, na sessão de investidura do novo governo regional, como prometeu durante a campanha.
A ERC e o JxCat negociaram com os socialistas do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, uma amnistia para os independentistas catalães que, embora esteja já em vigor, não foi ainda concedida pelos juízes a Puigdemont, que continua a ser alvo de um mandado de detenção em território espanhol.
Se Puigdemont regressar a Espanha nos próximos dias, como prometeu, e se for detido, conseguirá, pelo menos, adiar a investidura do socialista Salvador Illa como presidente do governo regional (conhecido como Generalitat).
Isso mesmo disseram já vários partidos, que asseguram que pedirão a suspensão da sessão para consultarem as direcções e deliberar sobre uma tomada de posição.
Para evitar a repetição das eleições, o parlamento catalão tem até 26 de Agosto para investir um presidente da Generalitat, num processo que formalmente arranca hoje. CQ/GAR