Luanda - O governador da província de Luanda, Manuel Homem, pediu hoje, quinta-feira, maior união e intercâmbio entre os artistas plásticos da nova geração e da velha guarda, para o fortalecimento da cultura e, consequentemente, da nação.
O governante falava durante a inauguração da exposição "Entre Mares e Memorias - Sinfonia de Afectos", composta por obras dos autores Albino da Conceição e Álvaro Macieira.
Manuel Homem precisou que a cultura ainda percorre caminhos difíceis, mas que "acreditamos que se trabalharmos juntos, podemos ser capazes de fazer mais a cultura efectivamente".
Lembrou que a cultura fortalece a nação, pelo que as acções dos dois artistas podem servir para inspirar jovens a continuarem a seguir nesse caminho.
Para si, a presente exposição representa também a resiliência e amor pela cultura, tendo em conta que são dois artistas que já passaram dos 60 anos, mas que continuam unidos por uma causa.
Destacou que representa ainda uma lição de unidade, de harmonia e solidariedade, porquanto servem de incentivo.
Reafirmou o compromisso de continuar a olhar para a cultura nacional, em especial de Luanda.
Por sua vez, o presidente da União dos Artistas Plásticos (UNAP), Rosário Matias, disse que os quadros expostos e a união entre os dois artistas servirão como exemplo para a nova geração, contribuindo para o engrandecimento da cultura nacional.
Sobre as obras expostas
As Marés exprimem o sentido das várias vagas que passam pela vida, e as Memórias aquilo que leva à atravessá-las, pois não possui uma memória para o futuro. Sobe maré, desce maré, elas são um ponto de contacto, porque o mar vai além.
Compõem a exposição 24 obras, 4 telas conjuntas triplicas, dentre elas, duas produzidas na praia da Ilha de Luanda, pintadas entre o mar, a brisa e a areia.
O lançar de tintas e o traçar dos pincéis fizeram nascer as obras "Ilhas do Corais" e "Marés".
A amostra conta ainda com uma instalação e três esculturas do Mestre Albino, que também é o responsável pela obra de sala, para a qual se inspirou nas técnicas dos mestres Álvaro e Van, homenageando-os.
O público poderá viajar pelos encantos de mais oito quadros de cada um dos artistas, pintados individualmente.
Nesse projecto, Albino enverga pela alternância de cores frias e quentes, dando textura técnica espatulista de imaginação fértil e colocando as preocupações subjectivas a nível da história cultural, empreendendo uma reflexão pictórica e humanista.
Já o paradigma da inspiração pictórica de Macieira é a poesia, a filosofia dos provérbios, os contos, as histórias que ouviu na sua infância rural, o contacto com as artes e as tradições africanas, as viagens, os museus que tem visitado pelo mundo e os lugares e sítios de memória.
Foi concentrando o mar que trouxe tons de cores quentes, representando o pôr-do-sol, e mostrando a cultura da Ilha de Luanda, o Carnaval e o peixe
Álvaro Macieira e Albino da Conceição vêm mostrar o seu afecto pelas telas e a irmandade que existe entre ambos, trazendo um trabalho conjunto que é o marco da sua unidade e que serve para mostrarem que a harmonia e a cooperação são habilidades socio-comportamentais possíveis.
A cerimónia contou com diversas entidades. JAM/OHA