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Mais de 100 famílias engajadas na produção de mel no Bicuar

     Economia              
  • Huíla • Segunda, 07 Agosto de 2023 | 14h31
Zona Residencial da Administração do Parque Nacional do Bicuar
Zona Residencial da Administração do Parque Nacional do Bicuar
António Escrivão

Quipungo - Pelo menos 145 famílias do município do Quipungo, província da Huíla, que vivem em zonas limítrofes do Parque Nacional do Bicuar, foram integrados num projecto de exploração de mel, implementado há dois anos naquela reserva natural.

Trata-se de uma iniciativa de Expansão das Áreas de Conservação do Ministério do Ambiente, financiada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento PNUD, que para além de empoderar as famílias, busca ajudar a fiscalizar as linhas onde há invasão de elefantes para as lavras.

Em declarações à ANGOP, o administrador do Parque, José Maria Candungo, afirmou estarem envolvidas na iniciativa as comunidades de Nongalafa e Mupembati, sendo essa última constituída maioritariamente por membros da comunidade SAN, vulfo “khoisan”.

 Disse que as referidas famílias extraem o mel em 120 colmeias modernas instaladas numa extensão de 65 quilómetros, nas linhas com maior probabilidade de invasão de lavras, a fim de que os animais não devastem os campos cultivadosdas famílias.

Salientou que a administração não tem o controlo da quantidade produzida/ano, pelo que tem apenas o dever de monitorar o projecto, desde a formação inicial das famílias para o processo de produção do mel e a manutenção das colmeias, junto com o financiador.

“Temos estado a dialogar com compradores possíveis para eles manterem uma rede de venda contínua do produto, sem paralisação. Estão a fazer o mel anual, todos os anos estão a explorar. As comunidades hoje já estão a ter um resultado favorável na económica caseira deles”, salientou.

Frisou que na Feira dos Municípios e Cidades de Angola (FMCA) que o Lubango acolhe a partir desta quinta-feira, 10, as duas comunidades filiadas em duas cooperativas vão expor o mel para o conhecimento das e ainda para a venda.

Reforçou que deste mel Parque não ganha nada dos valores, toda a venda da produção é revertida para as famílias, uma exploração que serve como catalisador para a fiscalização, porque nas zonas onde tem colmeias, os elefantes não saem para invadir as lavras das comunidades, devido a presença de abelhas.

Fez saber que para além destas famílias, há mais 78, nos restantes 42 quilómetros de fronteira, no município da Matala, também propensos de invasão de elefantes, agregados que poderão posteriormente ser incluídos no projecto.

Justificou que essas famílias das comunidades de Tchicuacusse e Matunto, na Malata, de princípio, recusaram-se a fazer parte do projecto, por não acreditarem no mesmo, mas agora depois de verem o exemplo do Quipungo, decidiram aderir.

O Parque do Bicuar, com uma dimensão de sete mil e 900 quilómetros quadrados, encontra-se a 165 quilómetros da cidade de Lubango e foi criado em 1953 com o objectivo de proteger e defender diversas espécies animais e vegetais, estando localizado numa zona limítrofe dos municípios do Quipungo, Matala e Gambos.

É tutelado pelo Ministério do Ambiente, foi estabelecido como reserva de caça em 1938 e elevado a Parque Nacional em Dezembro de 1964. A reserva possui manadas de elefantes, palancas, olongos, mabecos, hienas, bambis, palanca castanha, uma gama de aves  e  uma flora saudável. EM/MS





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