Luanda – O Caminho de Ferro de Luanda (CFL) comemorou, domingo (dia 31), o seu centésimo-trigésimo-terceiro (133º) aniversário, com foco no relançamento da actividade empresarial.
Fundado em 1888, com a inauguração do primeiro troço da linha férrea do então Caminho de Ferro do Ambaca, ligando Luanda a Funda, o CFL tem como desafio o resgate da sua “veia” empresarial e cultural, assentes em princípios, valores e boas práticas.
Numa mensagem por ocasião da efiméride, a que a ANGOP teve acesso hoje, o Conselho de Administração do CFL enaltece o empenho dos trabalhadores, que asseguram a circulação dos comboios e o funcionamento dessa empresa pública, uma das mais antigas e históricas do país.
“Os 133 anos que se celebram hoje, certamente é resultado do esforço altruísta desenvolvido por várias gerações de ferroviários, que com notável perspicácia souberam dar as melhores respostas aos desafios do seu tempo, remetendo a actual geração a honrosa responsabilidade de construir um futuro melhor para o CFL”, lê-se na nota de felicitação.
A missiva, assinada pelo presidente do Conselho de Administração, Júlio Bango Joaquim, destaca "o momento desafiante e estimulante" que o mundo atravessa, por exigir de todos o rebuscar dos valores e das experiências, para continuar a manter o CFL como referência para várias gerações, mesmo na adversidade.
Realça que “esse projecto exige de cada um maior organização, disciplina, profissionalismo e criatividade no desempenho das suas tarefas diárias, por forma a ultrapassar as inúmeras dificuldades e limitações existentes”.
De acordo com o gestor, nos últimos 18 meses, a actividade ferroviária tem sido fortemente afectada e condicionada pela
Covid-19, com incidência particular no aspecto comercial, situação que se tem reflectido na condição financeira da empresa.
“Neste contexto, convoco a todos para celebrarmos com resiliência ferroviária este 133º aniversário e endereço especiais agradecimentos pelo trabalho desenvolvido, com a convicção de que vamos continuar juntos com ambição redobrada de melhorarmos o presente e construirmos o futuro”, conclui a missiva.
Em 2020, o Executivo angolano investiu nos Caminhos-de- Ferro de Luanda 430 milhões de dólares, para a aquisição de 100 locomotivas de marca GE C30-7, construídas pela companhia americana General Electric.
O CFL, que assinalou o aniversário sob o lema “Resgate da Mística e da Cultura Ferroviária para uma Melhor Prestação de Serviço a Sociedade”, realiza, diariamente, 17 viagens suburbanas de passageiros, transportando, pelo menos, seis mil pessoas.
Os comboios de longo curso (Luanda/Cuanza Norte/Malanje), com duas viagens semanais, transportam mais de mil passageiros.
O Caminho de Ferro de Luanda tem 424 quilómetros de linha férrea no troço Luanda/Malanje e 55 no ramal Dondo-Zenza (Cuanza Norte), perfazendo um total de 479 quilómetros.