Luanda - O noticiário económico da ANGOP, na semana finda, foi centrado, entre outros factos, nas informações que dão conta do aumento da produção agrícola para mais de 26,9 milhões de toneladas de produtos diversos e da descida de 17,9 por cento na importação de bens alimentares.
A redução na importação registou-se no segundo trimestre de 2024, ao passo que o aumento da produção é referente à campanha agrícola (2023/2024) e representa um crescimento de 4,6 por cento em comparação à safra anterior (2022/2023).
Os dados constam de um documento apresentado, quarta-feira, na reunião do Conselho da República, pelo ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, sobre a segurança alimentar em Angola e produção nacional.
O documento indica que os principais bens que contribuíram para essa redução são o óleo de palma (redução de 79,8%), óleo alimentar (67,1%), coxa de frango (34,3%) e o arroz, com uma redução de 8,4%. Houve, no entanto, bens alimentares que apresentaram um comportamento contra cíclico, nomeadamente o açúcar (aumento de 24,4%).
No que se refere ao impacto sobre o mercado cambial, a redução de importações de bens alimentares, em 2023, gerou uma poupança directa de cerca de USD 940 milhões.
Quanto à produção, os resultados provisórios da evolução da campanha agrícola 2023/2024 apontam que a maior parte desta recaiu para a fileira de raízes e tubérculos (batata-doce, mandioca, bata e inhame), que atingiu 14 milhões 506 mil e 348 toneladas, com um aumento de 5.5%.
O cultivo de frutas resultou em 6 milhões 776 mil e 418 toneladas, mais 4,4% que o período homólogo, enquanto o de cereais situou-se em 3 milhões 470 mil e 345 (3,4%), com realce para o milho (3 315 304 toneladas) e arroz (50 mil).
Na lista das cinco fileiras, a produção de hortícolas foi de 2 milhões 236 mil e 616 toneladas (1,5%), enquanto nas leguminosas e oleaginosas registou-se 649 mil e 354 toneladas (0,7%).
Nesse período, houve a colheita de 11 milhões 921 mil e 277 toneladas de mandioca, 781 mil e 102 de tomate e 581 mil e 306 de cebola.
No segmento pecuário, a produção de carne de cabrito foi de cerca de 181 mil 745 toneladas, em 2024, mais 11 668 do que em 2023, enquanto a carne bovina cifrou-se em 111 mil 687, com aumento de 5 761 toneladas. Registou-se 58 747 toneladas de carne de aves (10,1%), 12 698 de suíno e 633 de ovina.
A produção de ovos situou-se em dois milhões e 831 mil unidades, com aumento de 2,5%, ao passo que a de leite ficou em 6 343 litros, numa variação de 0,5%.
Já no sector das pescas, o grau de cobertura da produção interna é fixado em 102,7 por cento.
Nos últimos sete dias, teve igualmente realce a visita de trabalho ao país do vice-presidente da Corporação Internacional Financeira (IFC), Sérgio Pimenta, que manifestou o interesse desta instituição do grupo Banco Mundial em apoiar Angola no desenvolvimento de projectos prioritários, através das Parcerias Público-Privadas (PPP).
Entre outras actividades em Luanda, o responsável do IFC participou de uma mesa redonda sob o lema “as parcerias público-privadas no caminho do desenvolvimento sócio-económico sustentável”, tendo sublinhado a necessidade da criação de reformas para apoiar a inovação das políticas nacionais e incentivar as PPP.
Neste sentido, Sérgio Pimenta afirmou que a IFC e o Banco Mundial continuam empenhados no reforço da mobilização de capital para projectos que apoiam o desenvolvimento económico em Angola.
Fizeram ainda eco no noticiário da agência, o lançamento da Conferência Angola Oil & Gás, que deverá reunir, em Luanda, 45 países em Outubro próximo, a participação do BCI no seminário internacional de operações bancárias, na China, e o workshop metodológico sobre a política de concorrência no país, promovido pela Autoridade Reguladora da Concorrência (ARC), em parceria com Associação dos Jornalistas Económicos de Angola (AJECO).
No período em referência, o Instituto Nacional de Habitação (INH) defendeu a reformulação do sistema de acesso ao crédito habitacional, durante uma reunião de auscultação pública aos bancos comerciais.
A apresentação das vantagens do “Corredor Sul”, em Joanesburgo (África do Sul), pelo responsável do Caminho de Ferro de Moçâmedes (CFM), e a realização do teste de embarque e desembarque de passageiros no Aeroporto Internacional Agostinho Neto constituíram também destaque do noticiário da ANGOP na semana finda.
Na cidade sul-africana, o presidente do Conselho de Administração do CFM, António da Cruz, destacou as potencialidades económicas do Corredor Sul (Namibe, Huíla e Cuando Cubango) para captar novos investimentos para e dinamizá-los.
O gestor do CFM participou, naquele país, da exposição/conferência SARA Rail, que reúne anualmente os maiores operadores de transporte ferroviário a nível de África, para abordar o desenvolvimento do sector.
Já o voo operacional de simulação teve 85 passageiros a bordo e visou testar a segurança, a eficiência e o atendimento no Aeroporto Agostinho Neto, segundo uma nota de imprensa.
A operação foi feita com uma aeronave Boeing 737-700 da companhia angolana TAAG, partindo do Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, numa iniciativa da empresa Airoport Temporary Operator (ATO) e do Gabinete Operacional do Novo Aeroporto Internacional de Luanda (GONAIL). VC