Luanda - A operadora de rede móvel norte-americana Africell já tem licença do Banco Nacional de Angola(BNA) para actuar no "negócio" de pagamentos móveis,mobile money, no país, no quadro da inclusão financeira da população.
A informação foi avançada na sexta-feira, pelo vice-governador do Banco Nacional de Angola, Pedro Castro e Silva, à margem do lançamento oficial da plataforma "Sandbox Regulatória".
Assim, a Africell, com mais de cinco milhões de assinantes, para além da operadora nacional, a Unitel (Unitelmoney) vai também entrar no mercado dos pagamentos móveis em Angola.
Sem relevar nomes, Pedro Castro e Silva disse que outras duas empresas estão a ser analisadas pelo BNA sobre a sua entrada ou não neste mercado de pagamentos móveis.
No mercado estão operacionais outras instituições de pagamentos licenciados, como é o caso da Unitelmoney (Unitel), e-kwanza (banco BAI), PayPay África, AkiPaga, E-kumbu (banco Sol) e Guita (banco BNI).
"Vamos dar tempo para que o mercado entenda e confie nessas soluções para que elas possam constituir-se em alternativas à banca", sublinha o vice-governador do Banco Nacional de Angola.
De acordo com o responsável, é através dessas soluções que o BNA pretende colmatar as dificuldades, sobretudo enchentes nas caixas automáticas(ATMs).
Milhões de kwanzas movimentados
Segundo o vice-governador do BNA, diariamente, têm um número de movimentos na ordem dois 2,5 milhões de kwanzas, desde consultas de saldo, levantamentos, pagamentos, transferências feitas em ATM e TPA- terminal de pagamento automático e multicaixa expresso.
O pico mais alto foi registado no dia 23 de Dezembro de 2022, com registos na ordem dos três milhões de kwanzas/dia, quase três vezes mais.
" É natural que se observe estas filas nos ATM, mas estamos a resolver esta questão ", minimizou Pedro Castro e Silva, sustentando que se tem investido fortemente nos pagamentos móveis em Angola.
Segundo o responsável, é com soluções referidas de pagamentos móveis que o BNA pretende colmatar as dificuldades registadas nos ATM.
Estas soluções, prossegiu, em outras realidades no continente africano resolveram esse problema, lembrando que as mesmas em Angola existem a cerca de dois anos e seis meses.
A título de exemplo, um dos provedores, a Unitel (Unitelmoney) já tem cerca de um milhão e 500 mil clientes, depois do lançamento desta solução em meados de 2021.
Quanto a demoras das operações, admite que há transacções que poderiam acontecer 24horas, mas devido à integração de sistemas entre bancos comerciais, a Empresa de Serviços Interbancarios (Emis) e o BNA, isso ainda não acontece.
Na reunião do Comité de Estabilidade Financeira do BNA,realizada esta semana, foi lançado uma nova iniciativa sobre a necessidade de se trabalhar novamente com a Emis e bancos para se apurar o que está a acontecer para que determinadas operações levem muito tempo ao serem executadas.