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África deve ter posição comum na cimeira da ONU sobre alimentação

     Agricultura              
  • Luanda • Quarta, 21 Julho de 2021 | 15h57
Josefa Sacko, comissária da UA para Agricultura, Desenvolvimento Rural, Economia Azul e Ambiente Sustentável
Josefa Sacko, comissária da UA para Agricultura, Desenvolvimento Rural, Economia Azul e Ambiente Sustentável
Cedida

Luanda - A comissária para a Agricultura, Desenvolvimento Rural, Economia Azul e Ambiente Sustentável, Josefa Correia Sako, defendeu, recentemente, em Adis Abeba( Etiópia), uma posição comum de África à Cimeira das Nações Unidas sobre “O Sistema alimentar”, que deve levar ao fortalecimento da acção para alcançar a Agenda 2063.

De acordo com uma nota da União Africana, a que Angop teve hoje acesso, esta orientação deve ser conforme o consagrado na Declaração de Malabo (Guiné equatorial) sobre “Crescimento e transformação acelerada da agricultura no continente  para prosperidade compartilhada e meios de vida melhorados”.

A comissária reforçou esta determinação, quando interveio no evento extraordinário, organizado pelo Comité Técnico Especializado (CTE)  para validar o projecto de posição comum de África relativo ao sistema alimentar e de desenvolvimento sustentável.

“Esta é uma oportunidade para construirmos um sistema alimentar que forneça alimentos nutritivos para todos, incluindo os vulneráveis, que actualmente são esquecidos, para que se possa sustentar milhões dos diversos actores do sistema agro-alimentar, ao longo das cadeias de valor”, sustentou a diplomata da União Africana.

Neste encontro, abordou-se a visão, para os 10 anos do sector, que posiciona a agricultura no centro da condução, inclusive do crescimento e desenvolvimento económico para garantir a criação de riqueza, segurança alimentar e nutricional.

De acordo  com a  comissária  da UA, esta estratégia está guiada pela  visão de “Uma África integrada, próspera e pacífica”, impulsionada pelos seus próprios cidadãos, representando uma força dinâmica na arena global, pelo que  a UA está encarregada de facilitar as discussões para alcançar as posições comuns africanas, em fóruns globais, como por exemplo a Agenda de Desenvolvimento pós 2015.

Fez saber que o continente está a adoptar uma posição comum para Cimeira das Nações Unidas, que fornecerá uma agregação de decisões sobre questões chave, as quais irão moldar os sistemas alimentares globais e da África, nas próximas décadas.

Para efeito, disse, em  2003, África adoptou o Programa Abrangente de Desenvolvimento Agrícola da África Programa (CAADP) como um quadro de política continental para a transformação agrícola, visando o aumento da segurança alimentar e nutricional e na redução da pobreza.

Este programa,  foi reforçado, no ano de  2014, com a Declaração de Malabo sobre o Crescimento Agrícola e Transformação, com um conjunto de objectivos e metas a serem alcançados até 2025.

A última bienal do relatório de revisão de 2019 indicou que o continente, como um todo, não estava no caminho certo para alcançar as metas defendidas, pelo que, referiu a comissária da UA, “África está em busca de soluções que ajudarão a acelerar o ritmo de implementação da declaração de Malabo.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, irá convocar, em Setembro próximo, a Cimeira para o Sistema Alimentar como parte da estratégia de  acção para alcançar os objectivos de desenvolvimento e dos  sistemas alimentares mais saudáveis, sustentáveis e equitativos até 2030.

Na opinião de Josefa Sako, esta Cimeira da ONU é uma oportunidade para a África transformar os seus sistemas alimentares, que foram definidos pela vulnerabilidade dos choques e ameaças múltiplos e sobrepostos, incluindo o actual quadro da Covid-19 que está a reverter  os ganhos  obtidos.

Observou que em nenhum lugar os desafios dos sistemas alimentares sustentáveis são mais graves do que em  África, onde o acesso a alimentos saudáveis, mais seguros, acessíveis e nutritivos permanece fora do alcance da maioria.

Além disso, apontou, é na África onde a agricultura permaneceu tradicional e básica, “incapaz de impulsionar uma séria decolagem industrial, apesar de ser a principal actividade económica e social ''.

A versão actual da posição africana, que foi apresentada, emergiu de uma ampla  consulta de  diversas partes interessadas, incluindo os diálogos nacionais em curso, que ainda estão  incompletos em vários países.

“ Também captamos as várias recomendações da Cúpula de Ministros da Agricultura, em 16 de Abril de 2021, dos Ministros Tripartidos da Agricultura, Comércio e Finanças, em 27 de Julho de 2020, e as contribuições que recebemos do Grupo de Embaixadores de Roma”, assegurou a comissária da UA.

Segundo ela, o documento  fornece uma visão geral sucinta dos sistemas alimentares da África,  desafios e oportunidades dos sistemas alimentares,  examina os motores de desenvolvimento,  alavanca os sistemas alimentares  e conclui com as soluções de mudança, estratégia que será apresentado na Pré-Cúpula em Roma ( Itália)no final do corrente mês pelo  Presidente do Ruanda Paul Kagame, que conduzirá a discussão sobre a Posição Comum Africana.

 

 

 

 

 

 

 

 





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