Bamako - O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, prometeu hoje, durante uma visita ao Mali, que vai ajudar os países do Sahel e do Golfo da Guiné a combater o terrorismo nesta região africana.
"A luta contra o terrorismo é, evidentemente, premente para outros países da região, e vamos dar-lhes a nossa ajuda para ultrapassar estas dificuldades, isto diz respeito à Guiné, ao Burkina Faso e ao Chade e, em geral, à região do Sahel, e mesmo aos países vizinhos do Golfo da Guiné", disse o chefe da diplomacia russa.
Falando numa conferência de imprensa no Mali ao lado do seu homólogo, Abdoulaye Diop, o ministro russo descreveu a visita como "histórica", usando a mesma palavra do anfitrião maliano, de acordo com o relato da agência France-Presse.
A visita de Lavrov ao país, que é assolado pela violência do extremismo islâmico e por uma profunda crise multidimensional, é o culminar de uma aproximação aos coronéis malianos desde 2021, quando romperam a sua aliança militar com a França e os seus parceiros.
Lavrov prometeu ao Mali a continuação do apoio militar sob a forma de entregas de armas e o envio de centenas de homens, descritos por várias fontes como instrutores do exército russo ou mercenários da empresa Wagner, um grupo de segurança privado cujas acções têm sido criticadas.
Na visita ao Mali, a segunda a África desde o princípio do ano, Lavrov também prometeu um maior envolvimento russo no continente que, afirmou, enfrenta "abordagens neo-coloniais" por parte dos países do Ocidente.
"Apoiaremos a resolução de problemas no continente africano, assumimos constantemente que os problemas africanos devem ser resolvidos com soluções africanas", salientou na conferência de imprensa, na qual Diop respondeu também às críticas sobre a relação entre os dois países.
"Nós não vamos continuar a justificar-nos pela escolha dos nossos parceiros... A Rússia está aqui a pedido do Mali e a Rússia responde de forma eficaz aos pedidos do Mali" de reforço da capacitação de defesa, concluiu Diop.