Argel - Pelo menos 34 pessoas, incluindo dez militares, morreram nos violentos incêndios que deflagraram no nordeste da Argélia no domingo à noite e que continuam a lavrar, segundo um novo relatório publicado pelo Ministério do Interior argelino na segunda-feira, citado pela agência France Presse.
Um relatório anterior estimava em 15 o número de mortos e em 26 feridos na sequência dos incêndios que afectaram cerca de quinze “wilayas” (prefeituras) no nordeste do país.
Segundo o ministério da Defesa, os soldados viram-se cercados pelas chamas quando estavam a ser retirados de Beni Ksila, na prefeitura oriental de Béjaïa, acompanhados por habitantes das aldeias vizinhas.
Na vizinha Tunísia, na zona fronteiriça de Tabarka, no noroeste do país, deflagraram novamente incêndios graves na segunda-feira, perto de uma região que já tinha sido devastada pelas chamas na semana anterior.
Uma equipa da AFP constatou danos consideráveis perto de Nefza, 150 quilómetros a oeste de Tunes, para onde foram enviados helicópteros e bombardeiros de água Canadair.
"Cerca de 300 habitantes da aldeia de Melloula foram retirados por mar" por precaução contra as fortes rajadas de vento que estavam a atiçar os incêndios, segundo o porta-voz da Guarda Nacional Tunisina, Houcem Eddine Jebabli, que também mencionou o grande número de pessoas que partiram por terra.
"Foram transferidas para centros de acolhimento em Tabarka ou estão em casa de familiares", disse à AFP o porta-voz da Protecção Civil, Moez Triaa.
A Argélia, com mais de quatro milhões de hectares de florestas, concentradas no norte do país, registou nas últimas semanas uma vaga de calor sem precedentes, com temperaturas que chegaram a atingir os 50 graus à sombra na capital, Argel, e em várias províncias costeiras.
Uma nova onda de calor vai afectar todo o país, com temperaturas previstas de 48 graus à sombra e que vai prolongar-se até à próxima segunda-feira, segundo um alerta emitido pelos serviços meteorológicos locais.
Durante o período de verão, os incêndios são muito frequentes na zona norte do país. Só em Agosto do ano passado, os fogos causaram pelo menos 38 mortos e 160 feridos em 21 províncias do país, atribuídos às condições meteorológicas extremas.
Já no verão de 2021, dezenas de milhares de hectares de florestas nos arredores de 26 das 58 cidades argelinas foram destruídos por grandes incêndios que provocaram a morte de 90 pessoas, 33 destes militares que participavam nas operações de combate aos fogos e de resgate de pessoas. CNB/CS