Argel – O Presidente da Argélia, Abdelmadjid Tebboune, disse domingo que os palestinianos não são terroristas e recordou que os argelinos foram assim rotulados durante a guerra de independência contra a colonização francesa.
"Os palestinianos não são terroristas, nunca o foram", disse Tebboune em Djelfa, citado pela agência espanhola EFE, sobre a guerra em curso entre israelitas e o grupo islamita Hamas, que Israel e outros países qualificam como terrorista.
Tebboune considerou que os palestinianos "defendem os seus direitos, a sua independência e a sua pátria", tal como fizeram os argelinos na guerra da independência entre 1954 e 1962.
"Os franceses consideravam os revolucionários do Exército de Libertação da Argélia terroristas, mas nós defendíamos a nossa terra", afirmou.
O dirigente argelino qualificou ainda os bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza como "um crime de guerra" e responsabilizou Israel pelo novo conflito.
A guerra actual seguiu-se numa incursão sem precedentes do grupo islamita Hamas em Israel em 07 de Outubro, que as autoridades israelitas dizem ter provocado mais de 1.400 mortos.
O Hamas também raptou mais de duas centenas de israelitas e estrangeiros que mantém como reféns na Faixa de Gaza, um território com 2,3 milhões de habitantes que o grupo islamita controla desde 2007.
Israel tem bombardeado incessantemente a Faixa de Gaza desde então, com algumas incursões terrestres no norte do território, numa ofensiva que o Hamas diz ter provocado mais de oito mil mortos.
A comunidade internacional tem apelado para uma trégua que permita prestar ajuda humanitária à população civil de Gaza.
Argel defendeu a criação de dois Estados com as fronteiras de 1967, em conformidade com a legitimidade internacional e a Iniciativa Árabe de Paz.
A Argélia apelou também para o reconhecimento de um Estado palestiniano para alcançar "uma paz justa e global".
As facções palestinianas, lideradas pelo partido nacionalista Fatah e pelo Hamas, assinaram um acordo de reconciliação em Argel, há um ano, para pôr fim a 15 anos de divisão, após meses de negociações patrocinadas pelo Presidente argelino. JM