Trípoli - A guarda costeira líbia resgatou quinta-feira 79 migrantes que andavam à deriva, há dois dias, no mar Mediterrâneo, disseram hoje autoridades para a segurança da cidade de Sabratha (noroeste).
Os migrantes foram transferidos para um centro afiliado à agência de migração ilegal de Tripoli, referiram os responsáveis.
Organizações de defesa dos direitos humanos consideram que a Líbia "não é um país seguro" para o regresso das pessoas interceptadas na rota migratória do Mediterrâneo Central.
A organização não-governamental Médicos Sem Fronteiras (MSF) publicou recentemente um relatório a denunciar os abusos e os maus tratos nos centros de detenção em Trípoli, onde milhares de pessoas estão retidos arbitrariamente.
Um total de 15.791 migrantes foram interceptados no mar este ano e devolvidos à Líbia, de acordo com o último registo de 23 de Dezembro publicado pela Organização Internacional para as Migrações (OIM).
A rota migratória do Mediterrâneo Central para a Europa que tem como principais pontos de partida a Tunísia e a Líbia, custou a vida a 955 pessoas, incluindo crianças, enquanto outras 1.316 continuam desaparecidas até hoje, no ano mais mortífero desde 2017, de acordo com os MSF.
Esta organização responsabilizou as políticas europeias da não assistência e externalização das fronteiras pelo último naufrágio ao largo da costa líbia, em meados de Dezembro, no qual morreram 61 migrantes, na maioria da Nigéria e da Gâmbia.
Em 2022, um total de 32.425 migrantes foram devolvidos à Líbia, de acordo com dados da OIM, que estima que mais de 700 mil migrantes de cerca de 40 nacionalidades residem neste país do norte de África. CNB/GAR