Praia - O ministro cabo-verdiano da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva, manifestou a preocupação com os recentes incêndios florestais no país, provocados, ao que tudo indica, pelas queimadas feitas pelos agricultores na limpeza dos terrenos para a faina agrícola.
O governante que falava, na cidade da Praia, no âmbito de uma cerimónia para comemorar o Dia Mundial da Biodiversidade, que se assinala domingo, 22 de Maio, prometeu intensificar a sensibilização em relação às queimadas, bem como punir os infractores.
Na terça-feira passada, um incêndio florestal de grandes proporções deflagrou na localidade de Ponta Verde, município de São Filipe, na ilha do Fogo, e obrigou ao envio de reforços de bombeiros e militares da cidade da Praia para dar comba te à chamas que causaram prejuízos avultados no terrenos agrícolas afectados pelo sinistro.
No último fim-de-semana, o presidente da Câmara Municipal de São Miguel, Herménio Fernandes, também deu conta de um incêndio nas encostas do perímetro das áreas protegidas de Serra Malagueta, na ilha de Santiago, que ameaçou algumas localidades vizinhas, antes de ser controlado.
O ministro da Agricultura e Ambiente referiu que o país está a aproximar-se da época das chuvas e as pessoas começam a limpar os campos e a praticar a queima, como forma de eliminar os restos vegetais, mas notou que essa prática não é necessária.
Por isso, disse que o Ministério e outras autoridades cabo-verdianas vão intensificar, não só a sensibilização da população, mas também a tomada de medidas, porque, no caso do Fogo, os responsáveis que causaram os prejuízos “já foram identificados”.
Cabo Verde tem realizado várias campanhas a desincentivar as queimadas nas roças nas vésperas do início do ano agrícola, mas ainda pode-se ver muitos agricultores e criadores de gado a continuar com essa prática.
Neste sentido, Gilberto Lima, entendeu que a luta deve continuar “a todos os níveis”, desde o local, a protecção civil, ambiental e da gestão da agricultura. “Temos que unir esforços e primar por um maior equilíbrio”, apelou Gilberto Silva.
O ministro sublinhou que quando o país gasta recursos para repor a normalidade, com o combate aos incêndios e recuperar as áreas queimadas, vai gastar menos em outras áreas importantes, como a saúde, educação e infra-estruturas.