Benguela – As autoridades governamentais da província de Benguela têm na forja um projecto de regularização das margens do rio Coporolo, para resolver o problema das enchentes na comuna do Dombe Grande, apurou hoje a ANGOP.
O anúncio é do governador de Benguela, Luís Nunes, numa altura em que as inundações resultantes do transbordo do rio Coporolo, por causa da chuva, já destruíram centenas de hectares cultivados e muitas famílias camponesas enfrentam insegurança alimentar.
Com a subida do caudal do rio, mais de 21 mil habitantes estão sitiados em várias povoações da comuna do Dombe Grande, sobretudo no Luacho e Senje.
É neste quadro que o governador Luís Nunes, ao falar sobre as medidas do Governo face à real dimensão do problema das cheias, anunciou um “projecto profundo” que possa resolver a situação que perdura há anos.
Sem dar muitos detalhes, o governante diz que esse projecto prevê tanto o desassoreamento do rio Coporolo, como o alteamento de ambas as margens, apontado como solução para o problema das cheias.
Para já, o governador de Benguela descarta projectos ou arranjos paliativos, acrescentando que não vão resolver nada, pelo contrário, o Dombe Grande teria o mesmo problema todos os anos, havendo chuva forte.
Daí ter adiantado que o Governo estaria a ver a possibilidade de inscrever no seu programa para 2024 ou 2025 esse projecto de regularização do rio Coporolo.
De momento, o governante fez saber que as autoridades estão a acudir as populações ribeirinhas afectadas pelas enchentes, de forma a minimizar as suas dificuldades.
“Desassorear e resolver o problema das enchentes, mas vamos lutar para ver se as coisas melhorem”, frisou.
Dos rios do litoral de Benguela, o Coporolo é o mais problemático e as suas enchentes causaram, nos últimos anos, mortes de populares, destruição de culturas e desalojamento.
Executado em 2007, o Programa de Regularização e Controlo dos Rios do litoral de Benguela, entre os quais o Cavaco e Catumbela, abrangia oito quilómetros da margem esquerda do rio Coporolo. JH/CRB