Matala - Deputados do círculo provincial da Huíla exortaram, esta sexta-feira, na Matala, província da Huíla, a população a cumprir com as suas responsabilidades no pagamento regular do consumo de energia com o Aproveitamento Hodroeléctrico do município.
Ao reagir à inauguração do Aproveitamento Hodroeléctrico da Matala, pelo Presidente da República, João Lourenço, os deputados afirmaram que o pagamento do consumo de energia vai permitir que a empresa tenha receitas para poder fazer a manutenção do sistema, bem como fazer investimentos posteriores.
Em declarações à ANGOP, a deputada Ilda Martins afirmou que a população deve ser mais responsável em cumprir com as suas obrigações, pois que o Estado tem feito a sua parte, mas parte dos populares não pagam a energia, levando à acumulação de dívidas, que inviabilizam a promoção de novos projectos no sector.
Destacou que o Aproveitamento Hodroeléctrico da Matala vai melhorar a qualidade de vida dos munícipes e ainda alavancar a economia das províncias da Huíla e do Namibe que beneficiarão do sistema de energia limpa.
Por sua vez, o deputado Augusto Samuel ressaltou ser um bem colocado à disposição da população, pelo que a mesma deve agora fazer a sua parte, na preservação dos meios com o pagamento devido das facturas de consumo para existir um retorno de receitas que poderão servir para a manutenção dos equipamentos, entre outras questões.
“Para além da barragem, há outros serviços adjacentes. É um impacto positivo e a Huíla está de parabéns que vai poder ter um melhoramento significativo no fornecimento de energia”, disse.
Afirmou que o sector energético, a par dos das águas, da educação e da saúde, fazem parte do básico para a vida das comunidades da Matala, que andou muitos anos parada devido a cortes de energia diários e a depender de geradores.
Ressaltou que, se a barragem volta a funcionar agora com os seus três grupos, embora a representar apenas 38% do quadro das necessidades da Huíla e do Namibe, é um passo significativo, pois que se se produzir mais energia e melhorar a transportação e a comercialização, os corteses vão reduzir.
Augusto Samuel considerou a energia eléctrica um bem que não serve só para a iluminação, mas também para outras indústrias dela dependentes, assim como para a irrigação com o canal existente.
Agricultores animados com o aproveitamento agrícola
O produtor Joel Adriano, de 60 anos, está no perímetro desde 2002, produz cereais e horticulturas e tubérculos diversos, sendo que, no momento, tem uma uma plantação de meio hectare de batata com previsão de colheita de cinco toneladas.
Frisou estarem a aproveitar o canal e que as terras são “boas”, com uma produção que tem estado a chegar à mesa do consumidor e o excedente enviado para Luanda, Cunene e outras províncias do país.
Já Victor Fernandes, um outro produtor, avançou terem recebido créditos, o que permitiu um reforço na produção e que, nesta segunda fase da campanha agrícola, estão com as culturas de batata, cebola, alho, tomate, repolho, couve entre outras.
O também presidente da Cooperativa 1º de Maio referiu terem planificado mil e 600 hectares com os quais esperam conseguir preencher o espaço completo com produção.
A barragem da Matala, que entrou em funcionamento em 1959, beneficiou de reabilitação e modernização desde 2019, o que permitiu aumentar a sua capacidade de produção de 27.2 para 40.8 megawatts.
A infra-estrutura fornece energia eléctrica não só para a província da Huíla, mas também para a do Namibe, e água para a agro-pecuária.EM/IZ